Os taiwaneses irão às urnas neste sábado (13) para eleger um novo presidente, que terá o desafio de manter o rumo da democracia frente às ameaças crescentes da potência comunista chinesa de pôr fim à autonomia da ilha.

Três homens disputam o cargo, em eleições que são definidas em um único turno. Pequim considera o favorito – o atual vice-presidente, Lai Ching-te, do Partido Progressista Democrático (DPP) – “um perigo grave”, por defender a independência da ilha.

Os adversários de Lai são o ex-policial Hou Yu-ih, do Kuomintang (KMT), defensor da manutenção do status quo com a China, e Ko Wen-je, líder do pequeno Partido Popular de Taiwan (PPT).

Taiwan e a China continental estão separadas de fato desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung derrotaram as forças nacionalistas, que se refugiaram na ilha e impuseram uma autocracia que se transformou em democracia na década de 1990.

A China nunca deixou de proclamar sua intenção de “reunificar” o país, se necessário à força. O Exército chinês prometeu hoje “esmagar” qualquer tentativa de “independência” de Taiwan, localizada a 180 km da sua costa.

Quem for eleito irá suceder a presidente Tsai Ing-wen, do PPD, que considera Taiwan, de 23 milhões de habitantes, um Estado independente de fato.

Os candidatos intensificaram suas campanhas na última semana: visitaram templos e mercados, realizaram comícios com dezenas de milhares de participantes e atenderam a imprensa internacional, que acompanha com atenção as eleições.

Pequim, por sua vez, aumentou a pressão diplomática e militar. O Ministério da Defesa de Taiwan detectou ontem cinco balões, dez aviões e seis navios de guerra chineses em torno da ilha.

O status de Taiwan é uma das questões mais espinhosas na rivalidade entre a China e os Estados Unidos, principal apoiador militar da ilha. “Cabe aos eleitores de Taiwan decidir sem interferência externa seu próximo líder”, declarou o o porta-voz do Departamento de Estado americano, Vedant Patel.

A ilha lidera a produção mundial de semicondutores, componentes indispensáveis para a fabricação de smartphones, automóveis e mísseis.

Os taiwaneses também irão eleger seus parlamentares. A divulgação de pesquisas é proibida em Taiwan a partir de dez dias antes das eleições, mas observadores consideram Lai, 64, o favorito para ganhar a presidência, embora seu partido possa perder a maioria na câmara, de 113 cadeiras.

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