Diretor do ICB, o professor Luís Carlos de Souza Ferreira ajuda a direcionar as doações dentro da universidade. Segundo ele, os aparelhos já foram usados pelos hospitais da USP e até fora do Estado. “Vários equipamentos médicos foram enviados para uma unidade que o ICB tem na Amazônia e são usados para atendimento à população ribeirinha. São feitos atendimentos oftalmológicos, exames de sangue e parasitológicos”, explica.

Mesmo materiais simples, como tablets, valeram. “Montamos um museu de anatomia, aberto à população de São Paulo. Cada peça do corpo humano tem um tablet com informações. Faz muito sucesso”, diz Ferreira. Outro exemplo foram cabelos apreendidos pela Receita e doados à Faculdade de Ciências Farmacêuticas, para estudar cosméticos.

“Precisamos dar o destino mais nobre possível”, explica Luís Fernando Simonetti, chefe substituto do Serviço de Gestão de Mercadorias Apreendidas da Receita Federal em São Paulo. Os materiais doados, diz, são fruto de descaminho. “O produto é legal, não é proibido. No entanto, tentou-se burlar a Receita de alguma forma.” Segundo Simonetti, a destinação principal de mercadorias apreendidas é o leilão, mas há a chance de transferência para entidades sem fins lucrativos.

Desafio

Além de aplicações imediatas, as apreensões de mercadorias também já serviram como recurso pedagógico. Estudantes de vários cursos de graduação e pós em áreas como Design, Engenharia e Química participaram de um desafio para dar a melhor destinação à carga de cigarros apreendida pela Receita. “Eles são incinerados, mas isso é custoso”, diz Eduardo Zancul, professor da Escola Politécnica (Poli-USP).

Duas sugestões foram escolhidas como as mais promissoras. “Elas propõem a separação de materiais recicláveis de maneira mais automatizada, a reutilização de bitucas na forma de plástico e a compostagem do tabaco, que é bem complexa porque possui contaminantes”, diz Zancul. A aplicação das propostas só depende de recursos financeiros.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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