Tabata diz que condenação de Bolsonaro pode provar resiliência da democracia

Deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP):
Deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP): Foto: Fundação FHC/Divulgação

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) afirmou à IstoÉ que a conclusão do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado, prevista para ocorrer até sexta-feira, 12, é acompanhada pelo mundo como prova de que a democracia brasileira é “resiliente” e estável.

“A leitura do mundo, à esquerda e à direita, é de que a democracia brasileira foi muito resiliente na forma como desmontou a tentativa de golpe, que não contou com apoio nem das Forças Armadas. O mundo olha para essa votação [julgamento] como último capítulo dessa história, para entender se de fato nós saímos melhor do que outras democracias que foram atacadas recentemente”, afirmou em entrevista após participar de evento da Fundação Fernando Henrique Cardoso nesta segunda-feira, 8, em São Paulo.

Na avaliação da parlamentar, a condenação dos supostos golpistas servirá para demonstrar que o Brasil está afastado da escalada autoritária que os Estados Unidos atravessam com o presidente Donald Trump, que reagiu às medidas tomadas pelo Judiciário contra o aliado impondo tarifas de 50% aos produtos brasileiros. “Será muito importante, inclusive economicamente. Já pagamos um preço muito caro pela atuação da família Bolsonaro e pela traição do [deputado licenciado] Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA articulando tarifas para tentar safar o pai“, disse Tabata.

Anistia mostra Congresso com “interesses próprios”

A militância dos aliados do ex-presidente e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), retomou a pressão para o comando do Congresso pautar um antes improvável projeto de anistia a Bolsonaro e demais réus pela trama golpista 

Na avaliação de Tabata, apesar da impopularidade da medida, o texto poderá ter maioria na Câmara se houver mobilização efetiva do “centrão”, cada vez mais distante do governo Lula (PT), em negociação que pode envolver a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem, que restringiria os instrumentos de investigação e punição judicial de parlamentares.

“O que mais me frustra é ver o quanto uma parcela da política pensa apenas nos próprios interesses, trazendo pautas hiper-ideológicas e deixando de lado temas que de fato importam para a população. A gente está há meses sem sair desse tema da anistia, antes disso queriam aumentar o número de deputados, blindar ainda mais os parlamentares”, afirmou a pessebista, para quem as eleições de 2026 para o Congresso serão “ainda mais importantes” do que para a Presidência da República.