Suzana Pires, 48, vive um grande desafio com Clara, sua nova personagem no filme “Câncer com Ascendente em Virgem”, que estreia nesta quinta-feira, 27. Inspirado na história real da produtora Clélia Bessa, o longa-metragem coloca a atriz na pele de uma professora de matemática, que recebe o diagnóstico de câncer de mama.
Em entrevista à IstoÉ Gente, a artista revelou que sua atuação “tinha que ser real” e, por isso, decidiu raspar o cabelo e as sobrancelhas para dar mais veracidade à história. Segundo ela, a decisão foi tão certeira que se tornou algo natural.
“Quando começa um trabalho, eu não sou apegada à parte física. E eu gosto da mudança física, emagrece, engorda, fica mais forte, fica mais magra. Mas, nesse, o buraco era mais embaixo”, começa. “Tinha que ser real, tinha que estar inteira. Eu tive todo o tempo da escrita do roteiro para me preparar como atriz”.
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“E eu vou te falar que eu gostei”, brinca. “Quando a gente gravou, tinha uma aura ali. Parecia que a Marieta estava me dando uma bênção, alguma coisa assim. Tipo, estou fazendo esse filme tão importante com a Marieta, que é uma mulher que eu sempre admirei, sempre foi uma bússola para mim na minha carreira, como mulher também”, responde emocionada, sobre o que considera uma das cenas mais emocionantes do filme.
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Suzana também revela que as cenas de nudez no filme foram cuidadosamente planejadas pela diretora, Rosane Schwartzman, e pela produção, completamente feminina.
“A gente já está cansada de ter um corpo sexualizado o tempo inteiro. É um corpo que está passando por uma doença, inclusive. Então, não tinha muito cabimento a gente olhar para esse corpo dessa forma”, desabafa.
“Era uma equipe que jamais entregaria o corpo feminino de uma maneira que não fosse nobre, bacana, dentro do contexto, e uma coisa que me agradou muito foi aquele momento da tentativa da descoberta de uma sexualidade dentro de uma doença tão grave.”
Sua melhor vida é a que você vive hoje
Interpretando uma personagem com câncer no interino, Fabiana Karla aprendeu algumas coisas com sua personagem. No longa, Dircinha é uma pessoa que apesar das circunstâncias, consegue encarar o mundo com bom humor e leveza.
Segundo a atriz, “sua melhor vida é a que você vive hoje”, e considera que isso pode servir de conselho frente a pressão estética para um padrão feminino. “Quando a gente trata de um filme como esse, o corpo é a última coisa que a gente olha. A gente quer que esse corpo seja sadio, independentemente da forma dele, da cor dele, do tamanho dele”, reflete.

Reprodução/Instagram: @fabianakarlareal
“Numa hora dessa, não cabe julgo nenhum, não cabe em nenhum momento, mas principalmente num tema como o câncer, como o tema desse filme Fica tão pequeno essa questão estética, num momento onde se está tratando de uma coisa tão maior que é o câncer, é a luta pela sobrevivência.”
“Que sobreviva com o corpo que estiver. Então, a melhor versão é a que você ainda consegue respirar, viver e lutar pela sua cura”, conclui emocionada.