Afastado de qualquer atividade ligada ao futebol por suspensão imposta pela Fifa, e posteriormente chancelada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), Michel Platini atacou as duas instituições em entrevista concedida ao semanário francês Marianne. O ex-jogador e ex-presidente da Uefa chamou de “palhaços” os responsáveis por sua punição.

Em 2015, Platini foi suspenso por oito anos pela Fifa em razão do recebimento de uma pagamento de 1,8 milhão de euros (R$ 7,3 milhões, na cotação atual) de Joseph Blatter por ter atuado como conselheiro do ex-presidente da entidade entre 1998 e 2002, embora a remuneração não tenha sido formalizada através de um contrato formal.

A pena imposta a Platini pela violação ao código de ética da Fifa foi reduzida para quatro anos pela CAS, mas o mantém impedido de exercer qualquer atividade no mundo do futebol. E diante desse cenário, ele recorreu ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para restabelecer os seus direitos.

Até então, Platini vinha se mantendo em silêncio, mas agora atacou o que classificou como “juízes que não são de verdade”. “Não posso aceitar a derrota quando não fiz nada. Me impediram de trabalhar durante quatro anos no futebol. Quem são esses palhaços para me impedir de trabalhar?”, afirmou.

Na avaliação de Platini, o seu afastamento do futebol foi uma decisão política, adotada para impedir as suas pretensões de presidir a Fifa. E ele prometeu provar a sua inocência. “Foi uma conspiração para eu não ser presidente da Fifa. O caso está apenas começando e no final eu estarei certo”, comentou.

Platini presidiu a Uefa entre 2007 e 2015 e precisou desistir da sua candidatura para suceder Blatter na Fifa. Seu secretário-geral na entidade europeia, Gianni Infantino acabou sendo eleito para comandar a Fifa em eleição realizada em 2016. O craque francês também criticou o poder exercido pelas redes de TV no futebol.

“Se hoje me pedissem que retorne ao mundo do futebol, me tornaria o presidente de um canal de TV, porque teria mais poder que o presidente da Uefa”, afirmou. “As televisões decidem o dia da partida, a hora e agora também a arbitragem (se referindo ao árbitro de vídeo)”, concluiu.