A barenita Salwa Eid Naser, de 22 anos, já estava sendo investigada por não estar disponível para realizar um exame antidoping surpresa quando foi campeã mundial dos 400 metros no ano passado, em Doha, no Catar, superando um recorde que já durava desde 1985.

A Unidade de Integridade no Atletismo (IAU) confirmou neste domingo que Nascer já estava sob escrutínio por não estar disponível três vezes à realização de um teste surpresa antidoping antes de se consagrar campeã mundial em outubro de 2019. A barenita conquistou o título mundial completando a prova em 48s14.

Naser alegou ser inocente. Ela disse em uma live no Instagram na última sexta-feira que não é trapaceira e que perder três testes antidoping antes do campeonato mundial “é normal” e “pode acontecer com qualquer pessoa”. “Isso pode acontecer com qualquer um. Eu não quero que as pessoas fiquem confusas com tudo isso porque eu nunca trapacearia”, afirmou a atleta.

A IAU, responsável por supervisionar testes antidoping e casos disciplinares, informou neste domingo que Naser já estava sob investigação na época e que ela acumulou uma quarta falta em janeiro deste ano. Os registros da entidade mostram que a velocista não havia sido cobrada e suspensa provisoriamente até esta semana.

Isso significa que a velocista nascida na Nigéria, mas que representa o Bahrein, pode perder a medalha de ouro se for considerada culpada e ser banida por no mínimo um ano. Assim, corre o risco de ficar fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021 em razão da pandemia do novo coronavírus.

Os atletas devem fornecer atualizações regulares sobre o seu paradeiro para que as autoridades antidoping realizem testes surpresa fora do período de competição. Uma violação significa que um atleta não preencheu formulários dizendo às autoridades onde ele poderia ser encontrado ou que não estaria onde os examinadores estariam se dirigindo.

De acordo com as regras antidoping da World Athletics, antiga IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo, na sigla em inglês), três violações dentro de 12 meses podem levar a uma suspensão, se o atleta não pode justificar por que ele não estava disponível para o teste.

Esta suspensão provisória é a mais recente punição imposta contra as atletas de elite do atletismo do Bahrein. Campeã olímpica dos 3.000 metros com obstáculos, Ruth Jbet foi banida em março por quatro anos, enquanto a vice-campeã olímpica da maratona, Eunice Kirwa, recebeu a mesma punição no ano passado.