As operações de busca para encontrar uma alpinista russa bloqueada há 11 dias na montanha mais alta do Quirguistão foram suspensas indefinidamente neste sábado (23) devido às condições meteorológicas, após os socorristas classificarem a operação como “impossível”.
Natalia Nagovitsyna, que completou 48 anos em 20 de agosto, quebrou a perna em 12 de agosto durante a sua escalada ao Pico Vitória (7.439 metros), uma das montanhas mais perigosas da Ásia Central, quando estava a cerca de 7.000 metros de altura, segundo as autoridades quirguizes.
Um alpinista italiano, Luca Sinigaglia, morreu em 15 de agosto ao tentar salvá-la. Socorristas italianos foram ao local de helicóptero para tentar recuperar seu corpo, informou o Ministério das Relações Exteriores da Itália.
Segundo a mídia russa, a operação de resgate de Nagovitsyna teve várias tentativas fracassadas.
Um helicóptero de resgate sofreu um acidente nas montanhas, enquanto um grupo de alpinistas teve de interromper sua escalada porque seu líder sofreu um mal-estar grave, indicaram as autoridades.
“As condições meteorológicas pioraram drasticamente hoje, por isso todas as operações de resgate foram suspensas”, declarou neste sábado o porta-voz do Ministério de Situações de Emergência quirguiz, Adil Chargynov, à agência de notícias russa Ria Novosti.
Atualmente, no pico, as temperaturas chegam a cerca de -30 °C durante a noite, acompanhadas por rajadas de vento e tempestades de neve, segundo uma fonte do mesmo ministério, citada pela agência estatal russa TASS.
De acordo com Chargynov, “todos os alpinistas, todos os especialistas concordam que, infelizmente, ela já não está mais viva”.
“Sabemos onde se encontra, mas é impossível acessar”, disse, por sua vez, Dmitri Grekov, chefe do campo base do Pico Vitória, à agência TASS.
Para ele, “nunca ninguém foi evacuado” dessa altitude nesta montanha.
“É impossível fazer isso manualmente, apenas de helicóptero, mas no Quirguistão não há helicópteros capazes de realizar essa operação”, indicou.
O marido de Nagovitsyna, também apaixonado por montanhismo, faleceu de um derrame cerebral em 2021 durante a escalada ao Khan Tengri (7.010 metros), o pico mais alto do Cazaquistão, também na Ásia Central, segundo informou a mídia russa.
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