Três homens detidos há duas semanas durante um evento esportivo judaico na Argentina e associados a uma “possível célula terrorista” foram libertados por falta de provas, disseram nesta terça-feira (16) fontes judiciais à AFP.

O governo anunciou a prisão em 30 de dezembro de três pessoas, uma de origem sírio-libanesa, recém-chegada ao país com passaportes da Venezuela e Colômbia, e dois argentinos suspeitos de planejar um ataque durante os Jogos Macabeus, que reuniram 4.000 atletas em Buenos Aires, segundo a imprensa local.

“Até o momento, não foram apresentados elementos de prova que permitam corroborar a hipótese investigada e que formaram a imputação mencionada”, detalhou a juíza federal María Eugenia Capuchetti, de Buenos Aires, na decisão que liberta os suspeitos.

De qualquer forma, a juíza determinou que, enquanto a investigação estiver em andamento, os três devem comparecer ao seu tribunal uma vez por mês.

Os homens detidos pela Polícia Federal argentina em diferentes endereços eram supostos destinatários de um “pacote de 35 quilos” vindo do Iêmen, disse a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, à imprensa.

“Não foi possível confirmar a existência da suposta encomenda – o pacote – que chegaria ao país e que foi mencionada nas informações que deram início a esta investigação.”

O sírio libertado é o professor de tênis de mesa Naem Chatay Chasan e os argentinos são o cabeleireiro Ramón Domínguez e um autodenominado “agente inorgânico” de inteligência dos Estados Unidos, Juan Manuel Ledesma, conhecido como “El Rubio”, que alertou sobre os outros dois investigados.

Bullrich havia baseado as prisões preventivas em informações recebidas dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel, e de organismos de segurança da Colômbia, sobre três pessoas que ingressariam no país por diferentes aeroportos.

A informação foi amplamente divulgada no país, que abriga a maior comunidade judaica da América Latina e foi palco no passado de dois graves atentados com bomba, um contra a embaixada de Israel, em 1992, que causou 29 mortes, e o outro em 1994, contra a Associação Mutual Israelita Argentina, que deixou 85 mortos.

O governo alegou que um dos motivos que alertou as autoridades antes das prisões foi que os três suspeitos haviam reservado um quarto de hotel perto da embaixada de Israel.

edm/lm/gm/ic/aa