O suposto responsável pela morte de um morador de rua negro no metrô de Nova York em 1º de maio se declarou, nesta quarta-feira (28), não culpado da acusação de homicídio culposo feita pela Promotoria local.

Daniel Penny, um ex-militar de 24 anos, compareceu nesta quarta-feira à Procuradoria do Distrito de Manhattan.

“Daniel Penny é acusado de homicídio culposo”, anunciou o promotor deste distrito de Nova York, Alving Bragg, que também o acusou de homicídio por negligência – uma acusação mais leve.

Um grande júri o considerou responsável por imobilizar e sufocar o morador de rua Jordan Neely no metrô de Nova York.

Este polêmico caso expôs novamente os problemas de saúde mental, principalmente entre os moradores de rua, o medo e a insegurança pública em Nova York, uma cidade de 8,5 milhões habitantes.

De acordo com o registro do tribunal, Penny deu uma gravata em Neely, um sem-teto que ganhava a vida imitando Michael Jackson nas ruas e no metrô de Nova York.

O golpe foi desferido depois que o sem-teto correu para dentro de um vagão do metrô gritando que estava “com fome e sede” e que estava “farto” e “pronto para ir para a cadeia”, segundo o jornalista mexicano Juan Alberto Vázquez, que presenciou a briga e gravou um vídeo com seu celular.

O tribunal declarou que Penny se aproximou de Neely por trás e o imobilizou no chão, para então conseguir “pressionar” seu pescoço “mesmo depois que ele parou de se mover”.

O relatório do médico legista afirmou que Neely morreu de “compressão” do pescoço, resultando em “homicídio”.

Após ser inocentado inicialmente sem acusações, o clamor público e a campanha dos setores progressistas iniciadas após a popularização do caso levaram Penny a julgamento.

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