A Polícia Civil informou ao G1 nesta quinta-feira (03) que o jovem suspeito de matar a mãe, Márcia Lanzane, de 44 anos, foi indiciado por homicídio doloso – quando há intenção de matar. O caso aconteceu no Guarujá, no litoral de São Paulo, e, após cometer o crime, o rapaz chegou a fazer uma postagem nas redes sociais, lamentando a morte da mãe.

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Após analisar as provas, a Polícia Civil indiciou o suspeito por homicídio doloso. A Justiça decretou a prisão preventiva do jovem, de 23 anos. Segundo a defesa do acusado, o rapaz está arrependido.

Entenda o caso

Câmeras de segurança registraram o momento em que Márcia foi morta pelo próprio filho dentro da casa onde moravam, no dia 21 de dezembro de 2020.

Na época do crime, familiares disseram ao G1 que o jovem teria ligado para amigos, desesperado, e acionado a polícia, afirmando que encontrou a mãe morta em casa. De acordo com a Polícia Civil, o primo de Márcia contou que o jovem revelou que saiu de casa pela manhã para treinar, e que quando retornou a residência, encontrou a mãe caída no quarto dele, aparentemente sem vida.

No começo das investigações, o rapaz não relatou aos policiais sobre ter envolvimento no homicídio. A primeira suspeita dos investigadores surgiu ao notarem que a vítima havia morrido muitas horas antes das equipes serem acionadas.

Suspeitando das circunstâncias da morte, os investigadores foram até a residência da mulher e questionaram o jovem, que alegou que teria sido uma morte acidental, após empurrá-la durante uma discussão. Na sequência, o rapaz teria dito que Márcia caiu e bateu a cabeça.

A versão do suspeito rapidamente foi contestada, pois câmeras de segurança revelaram uma situação diferente da explicada por ele. No dia da morte de Márcia, o jovem foi capturado andando pela casa e entrando em um dos cômodos. Ele fecha a porta e, depois de quase duas horas, abre novamente. Às 21h17, a vítima e o filho aparecem na porta e, segundos depois, entram em luta corporal. Os dois vão ao chão e o rapaz fica em cima da mãe.

Na continuação da filmagem, é possível ver o jovem prendendo Márcia pelo pescoço e, na sequência, ele começa a socá-la. Após as agressões, o suspeito sai do quarto e segue para a sala, onde continua vendo televisão. Na manhã seguinte, ele ainda sai de casa, supostamente para ir à academia, e retorna.

Anderson Real, advogado que representa o suspeito, disse que o jovem relatou que o HD das câmeras foi fornecido por ele. “Após a morte, a polícia foi lá na residência, o levou para a delegacia e, durante o trajeto, questionou se não tinha câmera. Os policiais perguntaram onde estava o HD, e ele disse a verdade, que escondeu no forno porque estava com medo”, contou.

Segundo Anderson, o rapaz está arrependido do crime. “A versão dele é que, realmente, teve uma discussão, uma briga, arranhões, mas até então ele negava o estrangulamento. Agora, com as imagens, ele confessa que apertou o pescoço dela para imobilizar, e não para matar. Ele alegou que, depois disso, houve um pequeno desmaio da mãe, mas que ela não morreu naquele instante. Ele afirma que chegou a voltar no quarto várias vezes depois disso para falar com ela, e que depois foi para a academia. Quando voltou, encontrou a mãe morta. Ele pediu ajuda para um amigo lhe explicar primeiros socorros, e depois acionou o Samu. Ele está totalmente arrependido pela briga que ocorreu com a mãe, e em nenhum momento tinha qualquer intenção de matá-la”, explicou.

Após o crime, o rapaz chegou a fazer uma postagem nas redes sociais, em que escreveu: “Te amarei para sempre. Obrigado por tudo meu amor. Minha eterna rainha”.