Eduardo Fauzi, extremista suspeito de ataque à sede do grupo de humor Porta dos Fundos, pediu asilo à Rússia nesta semana, segundo sua defesa. As informações são da coluna de Guilherme Amado, da Época.

Os advogados de Fauzi afirmam que ele está preso em Moscou há dois meses. No começo de setembro, ele passou dois dias detidos e foi solto.

Sua defesa avalia acionar a Comissão Europeia de Direitos Humanos contra a Rússia, onde Fauzi tem um filho.

Fauzi foi identificado pela 10ª Delegacia de Polícia Civil do Rio como um dos cinco autores do atentado ao Porta dos Fundos após ser flagrado por câmeras de segurança deixando o veículo usado na fuga.

O grupo lançou bombas na fachada do imóvel na madrugada de 24 de dezembro de 2019, mas o fogo foi contido por um dos seguranças e ninguém ficou ferido.

Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público do Rio alegou que assumiu risco de matar o vigilante, uma vez que ele poderia ser visto pelo lado externo do prédio atacado, tendo em vista que a porta de acesso ao mesmo era de vidro. Os promotores defendem que a vítima só não morreu porque teve pronta reação, conseguindo controlar o incêndio e fugir do imóvel, mesmo a portaria sendo pequena, com apenas uma saída.

Na época do atentado, o Porta dos Fundos era alvo de críticas em razão do lançamento do especial de Natal A Primeira Tentação de Cristo, na Netflix. A produção mostra um Cristo gay, interpretado por Gregório Duvivier, com um namorado. Um abaixo-assinado online chegou a pedir a retirada do programa da plataforma de streaming, sem sucesso. Ações judiciais também foram ajuizadas, mas decisões da Justiça do Rio e de São Paulo arquivaram os pedidos.

Dias após o ataque, Fauzi chegou a gravar um vídeo, divulgado nas redes sociais, em que chamou os humoristas de ‘intolerantes’. Na gravação, ele diz que ‘quem fala mal do nome de Cristo prega contra o povo brasileiro’. “Esse é um crime de lesa-pátria. Eles são criminosos, são marginais, são bandidos”, afirmou.