Suspeito da morte de empresário em Interlagos é autuado, paga fiança e não fica preso

Um dos seguranças suspeitos é lutador de jiu-jitsu, tinha munição em casa e ficha com antecedentes criminais

Adalberto foi encontrado morto no Autódromo de Interlagos
Adalberto foi encontrado morto no Autódromo de Interlagos Foto: Reprodução

Quatro suspeitos da morte do empresário Adalberto Amarilio Júnior no Autódromo de Interlagos foram conduzidos pela Polícia Civil à delegacia na sexta-feira, 18, e foram ouvidos. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante a sexta-feira na capital paulista.

Suspeito autuado com munição

Um dos suspeitos foi autuado porque estava com 21 munições calibre 38 em sua casa. Pegou fiança e não foi preso.

De acordo com o delegado, ele é lutador de jiu-jitsu e tem antecedentes criminais por furto, associação criminosa e ameaça.

Há ainda um quinto suspeito, que não foi encontrado pela polícia.

Como a polícia chegou nos suspeitos?

Os investigadores afirmam que dois funcionários ligados à segurança do evento não estavam na lista fornecida pela empresa à polícia. Eles tinham uma posição de liderança. Os representantes da empresa não foram ouvidos pela polícia por orientação técnica da defesa.

“Nós conseguimos uma outra lista que não bateu com a lista que a empresa forneceu. Por isso trouxemos o pessoal para cá. Eles estão na qualidade de investigado. Ninguém está culpando ninguém”, afirmou o delegado Rogério Thomaz em entrevista coletiva na sexta-feira, 18.

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Participação de outras pessoas

Além dos cinco suspeitos, a polícia acredita na participação de outras pessoas no crime.

“A gente vai fazer uma análise de equipamentos eletrônicos apreendidos, e agora a investigação segue de forma técnica para buscar elementos que comprovem de fato quem são os autores e quais as participações de cada um.”

No total, foram apreendidos com os suspeitos sete aparelhos celulares e cinco computadores.

“Os celulares serão periciados, notebooks, troca de mensagem. Alguns que estiveram aqui durante a investigação, eles forneciam celular já sem qualquer informação, tudo apagado, sem mensagens”, disse Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios da Polícia Civil (DHPP).

O que se sabe até agora?

Adalberto desapareceu no dia 30 de maio, após ir a um festival de motos no Autódromo de Interlagos. O corpo dele foi encontrado em 3 de junho.

Uma das hipóteses é a de que Adalberto foi colocado por alguém em um buraco com 3 metros de profundidade por 70 centímetros de diâmetro. O cadáver foi encontrado sem calça e sem tênis.

O laudo pericial da Polícia Técnico-Científica concluiu que ele teve uma morte violenta por asfixia.

A polícia chegou a encontrar sangue no carro do empresário, mas o laudo do DNA indicou que o material genético é do próprio Adalberto. Um perfil feminino também foi achado e é de uma mulher não identificada – ou seja, não é da viúva.

A polícia diz que o empresário não chegou a retornar para o carro, sendo que no caminho ocorreu “alguma coisa”.