A jovem Roberta Ramalho, de 27 anos, sócia da Intermarine, empresa de embarcações de luxo, foi um dos alvos da Operação Cavalo Marinho, na quarta-feira (22). A empresária, que já apareceu na lista dos 30 jovens mais promissores do Brasil, segundo a edição da revista Forbes em 2016, é investigada por suspeita de sonegação fiscal no estado de São Paulo.

Endereços ligados à Roberta, sócia e CEO da Falcon Estaleiros do Brasil, razão social da marca Intermarine, foram vistoriados pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) de São Paulo – formado por integrantes da Secretaria da Fazenda e do Planejamento, do Ministério Público Estadual e da Procuradoria Geral do Estado.

Ao todo, foram cumpridos 19 mandados em São Paulo, Barueri, Osasco, Itupeva, Jundiaí e Mairiporã. A ofensiva mira suposta fraude fiscal estruturada no ramo de embarcações de luxo, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

De acordo com a força-tarefa, o estaleiro – principal alvo da ação – é responsável por uma dívida superior a R$ 54 milhões com o Estado de São Paulo e de aproximadamente R$ 490 milhões com a União – “fruto de contumaz e sistemática inadimplência tributária e uma sofisticada blindagem patrimonial”, diz a força-tarefa.

De acordo com as investigações, a fraude tinha início com a inserção de ‘laranjas’ na estrutura societária das empresas do grupo sob suspeita.

Uma dessas pessoas interpostas é um conhecido cavaleiro, diz a força-tarefa, o que acabou gerando o nome da ofensiva. ‘Cavalo-Marinho’, faz referência à “conjunção da atividade náutica com a prática do hipismo”.

Além disso, o Cira suspeita que a venda das embarcações ocorria com “substancial subfaturamento”.

Outro lado

Em nota ao G1, a defesa da Falcon Estaleiros do Brasil informou que “a empresa não foi notificada e ainda não tem informações detalhadas do processo que motivou a operação. A empresa é a maior interessada em esclarecer todos os pontos e não medirá esforços para colaborar com as autoridades no que for necessário”.

Ainda conforme o comunicado, “em breve, [a empresa] irá comprovar, perante a justiça, a lisura da atuação da Falcon e de seus sócios”.

* Com informações da Agência Estado