Registros da Receita Federal apontam que o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), recebeu de escritórios de advocacia cerca de R$ 980 mil antes do início da campanha eleitoral de 2018. O valor é o mesmo que o empresário Edson Torres afirmou ter pago em dinheiro vivo como propina a Witzel. As informações são do Uol.

De acordo com Torres, o montante foi pago nos quatro primeiros meses de 2018. Nas declarações enviadas à Receita, Witzel e a esposa informaram que os valores foram pagos por dois escritórios de advocacia.

Segundo a reportagem do Uol, uma das linhas de investigação considera a hipótese de que o governador “esquentou” por meio dos escritórios de advocacia o suposto dinheiro vivo recebido por Torres.

O advogado do governador afastado, Roberto Podval, negou que Witzel tenha usado os pagamentos dos escritórios para lavar a suposta propina. Os escritórios de advocacia também negaram a suspeita.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, o valor repassado a Witzel antes das eleições era para garantir que ele “se mantivesse” por cerca de dois anos caso largasse o cargo de juiz federal e perdesse o pleito. O apoio precoce, segundo a PGR, se traduziu em poder do Pastor Everaldo dentro da secretaria de Saúde após a vitória de Witzel nas urnas. O governador afastado nega as acusações.