A SES-SP (Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo) confirmou nesta quarta-feira, 8, a presença de norovírus em pacientes atendidos na Baixada Santista após um aumento no número de casos de virose na região nas últimas semanas. A análise foi feita pelo Instituto Adolfo Lutz com base em coletas do Guarujá (SP) e de Praia Grande (SP).
A pasta ainda procura identificar as origens do surto no litoral paulista e por isso mais investigações sobre o surto de virose serão realizadas. Na sexta-feira, 3, a Prefeitura de Guarujá afirmou ter acionado a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para determinar se ligações clandestinas de esgoto na Praia da Enseada poderiam ser responsáveis pelo aumento nos casos.
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O norovírus é um dos principais causadores de virose do mundo e leva o nome da cidade de Norwalk, nos EUA, onde ocorreu a primeira descrição de um surto causado pelo microrganismo, em 1968.
De acordo com Emy Gouveia, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, a transmissão ocorre por via fecal-oral, ou seja, a partir do contato com materiais que não estão higienizados. “Também pode ocorrer através da via aérea, na inalação de partículas do ambiente após vômitos, e na indireta, com o contato das mãos com mucosas após tocar superfícies e objetos contaminados”, explica a médica.
Segundo a especialista, o vírus é capaz de tolerar altas temperaturas e é imune a alguns produtos de limpeza, o que dificulta o controle do microrganismo.
“A prevenção consiste em higiene de mãos com água e sabonete, de preferência, de alimentos e frutos do mar bem cozidos”, aponta a infectologista, acrescentando que uma pessoa que contraiu norovírus não deve manipular comida até dois dias após a melhora dos sintomas.
Ainda, é recomendado que no caso de uma visita a praia, alimentos sejam mantidos bem refrigerados, os próprios lanches sejam levados, seja observada a higiene dos estabelecimentos comerciais, não sejam consumidos gelo, “raspadinhas”, “sacolés”, sucos e água mineral de procedência desconhecida e que o banho de mar seja evitado nas 24 horas seguintes à ocorrência de chuvas.
Uma pessoa infectada com norovírus apresenta sintomas comuns da virose, como diarreia, náusea e vômitos, e, apesar de apresentar uma recuperação rápida, quadros graves podem ocorrer em pessoas com imunidade baixa, além de idosos e bebês menores de um ano. O período de incubação do microrganismo é de 24 a 48 horas e o início dos sintomas é abrupto, conforme Emy Gouveia.
“O tratamento domiciliar consiste em hidratação via oral, controle dos sintomas através de medicações e repouso”, afirma a médica, acrescentando que casos graves podem resultar em internação hospitalar para que a hidratação e aplicação de medicamentos sejam feitas de maneira endovenosa, ou seja, pela veia.
Apesar de recuperados, alguns pacientes podem continuar eliminando o vírus pelas fezes por semanas, portanto, um profissional de saúde infectado deve ficar afastado de suas atividades profissionais por até três dias após a melhora e precisa haver cuidado no manuseio das roupas de uma pessoa que contraiu o norovírus.
*Com informações da Deutsche Welle
**Estagiário sob supervisão
