Joël Martinus, um cidadão surinamês de 43 anos condenado à revelia na França e suspeito de tráfico de drogas, foi extraditado do Brasil para a França e preso em Paris nesta sexta-feira (27) enquanto aguarda julgamento, constatou um jornalista da AFP.
Com aparência abatida, o surinamês se apresentou ao juiz de garantias vestindo casaco branco e calça bege.
O magistrado informou que Martinus tinha sido condenado à revelia em 2 de maio de 2018 pelo tribunal correcional de Paris a oito anos de prisão por narcotráfico e importação de substâncias entorpecentes.
Conhecido por aparecer nas redes sociais com várias joias douradas, Martinus contestou seu julgamento e voltará a ser julgado em 20 de agosto.
A promotoria pediu sua prisão até esta nova audiência, ao apresentá-lo como “o organizador, a partir da Guiana [Francesa], de um tráfico internacional de entorpecentes de grande alcance”.
Segundo uma fonte próxima do caso, o réu também foi condenado à revelia a três anos de prisão pelo tribunal correcional de Mans (centro) e também pode voltar a ser julgado nesta corte.
Falando em holandês, Martinus refutou ser o “chefe de uma organização criminosa” e se apresentou como “um artista internacional”.
“Muita gente me conhece, já fiz duas apresentações em Paris, mas depois voltei para o Suriname e me disseram que eu tinha sido condenado na França, por isso cancelei um novo show [agendado no país europeu] e vivi no Brasil”, detalhou.
O advogado de Martinus, Robin Binsard, avaliou que “este processo está repleto de irregularidades e não resistirá um instante à análise dos juízes de primeira instância”.
“O homem que está diante dos senhores não é o traficante que lhes apresentaram”, acrescentou Binsard.
Alvo de um mandado de prisão emitido na França, que ativou sua extradição do Brasil, também pesava contra Martinus um alerta vermelho da Interpol a pedido do Suriname, onde é procurado por homicídio, participação em organização criminosa e infrações à lei sobre entorpecentes.
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