O governo do Suriname anunciou neste sábado (28) que o ex-presidente Desi Bouterse, falecido enquanto estava foragido da justiça, não receberá um funeral de Estado.
“O presidente decidiu, com base em seus poderes e nos conselhos (de seus assessores), que não haverá funeral de Estado”, disse o ministro das Relações Exteriores, Albert Ramdin, em uma coletiva de imprensa.
“Não será declarado nenhum período de luto nacional; não será depositado nenhum registro de condolências em nome do governo”, detalhou.
Bouterse morreu na terça-feira, aos 79 anos. Ele era procurado pelas autoridades havia quase um ano para cumprir 20 anos de prisão pelo assassinato de 15 opositores em 1982.
O presidente Chan Santokhi planeja ligar na segunda-feira para Ingrid Bouterse, esposa do ex-governante, para expressar suas condolências. Também foi ordenado que as bandeiras do Poder Executivo sejam hasteadas a meio mastro no dia do funeral, que ainda não tem data definida.
Ramdin explicou que “o costume internacional dita que, quando um presidente é condenado, não há funeral de Estado”. A família já havia descartado solicitar as honras.
O corpo de Bouterse continua sob custódia da polícia, que investiga as circunstâncias de sua morte, seu esconderijo e como seus restos foram levados para sua residência por desconhecidos.
O Partido Nacional Democrático (NDP), do ex-presidente, está organizando os preparativos para o funeral, que deve ocorrer na primeira semana de janeiro.
Bouterse tinha 34 anos quando assumiu o poder por meio das armas em 1984. Deixou o cargo em 1987 devido à pressão internacional, mas retomou o poder em 1990 após um segundo golpe, desta vez sem derramamento de sangue.
Esse mandato durou um ano. Posteriormente, foi eleito presidente em 2010 e governou até 2020.
Em janeiro, o governo suspendeu todos os privilégios que ele tinha como ex-presidente, após a ratificação de sua condenação pelas execuções de 1982.
Sua última aparição pública foi em dezembro de 2023, dois dias antes da decisão judicial. Ele não se apresentou para cumprir pena, e desde então foram emitidas ordens para sua captura no país e no exterior.
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