O Supremo Tribunal de Justiça da Bolívia ratificou a condenação de dez anos de prisão contra a ex-presidente Jeanine Áñez (2019-2020) por assumir o poder de forma ilegal, após a crise que levou à renúncia de seu antecessor, Evo Morales, segundo uma sentença divulgada neste sábado (23).

Em uma decisão de última instância, o tribunal máximo declarou “infundado” o recurso de cassação interposto pela ex-governante, de 56 anos, em relação a uma sentença de 2022.

Dessa forma, “a sanção de 10 anos de privação de liberdade pelo caso denominado Golpe de Estado II permanece incólume”, confirmou em comunicado a Procuradoria, que atua como defensora do Estado boliviano.

Áñez está detida preventivamente em uma prisão de La Paz desde 2021, aguardando vários processos e julgamentos relacionados à crise de 2019, durante protestos nos quais morreram cerca de 30 pessoas, a maioria devido à repressão das forças públicas.

De acordo com as acusações, a então segunda vice-presidente do Senado violou as leis de sucessão presidencial e acabou exercendo o poder de maneira ilegal, algo que sua defesa nega categoricamente.

Áñez substituiu o então presidente Morales, que renunciou em novembro de 2019, em meio a protestos massivos e violentos por uma suposta fraude nas eleições daquele ano.

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