O STF (Supremo Tribunal Federal) pode debater nesta quarta-feira (5) o formato de depoimento que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve dar, na condição de investigado, à Polícia Federal.

O caso diz respeito à possível interferência do presidente no comando da PF, negada por Bolsonaro. A discussão vem à sombra das tensões provocadas pelo presidente à Corte, que chegaram ao seu máximo nas manifestações golpistas de 7 de setembro, quando ele ofendeu o ministro Alexandre de Moraes, chamando-o de “canalha” e dizendo que não mais cumpriria qualquer decisão do magistrado.

A provocação acabou resultando em uma carta divulgada por Bolsonaro, que contou com a colaboração do ex-presidente Michel Temer (MDB) para redigi-la, na qual ele afirma que nunca teve intenção de agredir quaisquer dos Poderes.

O debate no STF sobre o depoimento de Bolsonaro à PF poderia acabar reacendendo a crise institucional provocada pelo presidente, e acabará testando a trégua entre os Poderes.

A investigação foi aberta a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, após acusações do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Sergio Moro, de que o presidente queria interferir na PF.