A Suprema Corte de Myanmar rejeitou nesta terça-feira a apelação dos jornalistas da agência Reuters contra sua condenação a sete anos de prisão por crimes relacionados a sua investigação durante a crise dos rohingyas, confirmou um advogado da defesa.

“Se rejeitou nossa apelação”, disse à AFP o advogado Khin Maung Zaw. “Confirmaram a decisão da instância inferior”.

“Wa Lone e Kyaw Soe Oo não cometeram qualquer crime, e nada prova que tenham cometido”, declarou um dos advogados da Reuters.

Wa Lone, de 33 anos, e Kyaw Soe Oo, 29, que não estavam presentes na audiência, são acusados de violar a lei sobre segredos de Estado, que data da época colonial.

Os dois são acusados de acessar documentos secretos relativos às operações das forças birmanesas de segurança no estado de Rakhain, no noroeste de Myanmar, palco de abusos contra a minoria muçulmana rohingya.

No momento de sua prisão, em dezembro de 2017, investigavam um massacre de rohingyas em Inn Din, uma localidade do norte do estado de Rakhain.

Desde então, o Exército reconheceu que ocorreram excessos e sete militares foram condenados à prisão.

Um dos policiais que depôs sobre o caso disse que a entrega dos documentos secretos foi uma “armadilha” para impedir que os jornalistas prosseguissem com seu trabalho.