‘Suprema humilhação’, diz Jair Bolsonaro sobre operação da Polícia Federal

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O ex-presidente Jair Bolsonaro(PL) esteve na sede da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, em Brasília, para colocar a tornozeleira eletrônica Foto: REUTERS/Adriano Machado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira, 18, teve como objetivo a “suprema humilhação”, pois nunca teve a intenção de deixar o Brasil ou ir para alguma embaixada.

Bolsonaro estava em sua casa, localizada no Condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, quando recebeu os agentes federais. Depois, foi escoltado ao Cime (Centro Integrado de Monitoração Eletrônica), da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, onde colocou a tornozeleira eletrônica.

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Ao sair do local, o ex-presidente falou com a imprensa e confirmou que teve US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie. “Tem recebido do Banco do Brasil”, explicou.

O ex-presidente ressaltou que não houve tentativa para intervir no resultado das eleições de 2022. Segundo ele, não houve agressão ou uso de armamento. “Golpe de festim”, classificou.

Bolsonaro ainda destacou que, para ele, o inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) é “político”, pois a PF e a PGR (Procuradoria-Geral da República) não conseguiram associá-lo aos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, quando seus apoiadores invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes.

No dia 15 de julho, a PGR apresentou o relatório final no qual pediu a condenação de Bolsonaro, por considerá-lo líder de uma organização criminosa armada voltada a desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção. Esse é o último passo antes do julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal (STF), que decidirá se acata ou não a denúncia do órgão.

“Espero que [o julgamento] seja técnico e não político”, disse Jair Bolsonaro. Caso seja condenado, as penas somadas podem chegar a 43 anos de prisão.