A Suprema Corte dos Estados Unidos infligiu um novo revés ao presidente Donald Trump nesta terça-feira (8) ao rejeitar um recurso de seus aliados para bloquear a certificação dos resultados eleitorais na Pensilvânia, estado-chave para a vitória do democrata Joe Biden.

O mais alto tribunal dos Estados Unidos, no qual três dos nove magistrados foram nomeados por Trump, não explicou os motivos da decisão.

Mais de um mês depois das eleições de 3 de novembro, o presidente republicano ainda se nega a reconhecer a derrota para Biden e afirma ter sido vítima de uma “fraude”, embora não tenha apresentando até agora provas convincentes.

Com a ajuda de aliados, Trump entrou com ações judiciais em vários estados cruciais para combater o desfecho da disputa eleitoral, mas quase todas já foram julgadas improcedentes pelos tribunais.

Um desses processos, movido pelo congressista republicano Mike Kelly, desafiou a legalidade do voto por correspondência na Pensilvânia.

Após terem o recurso rejeitado pela Suprema Corte estadual, os demandantes apelaram à Suprema Corte dos Estados Unidos para solicitar a suspensão de todos os processos eleitorais enquanto apresentam seus argumentos.

Ao se recusarem a admiti-los, os nove juízes da Suprema Corte puseram fim a este procedimento e dão a entender que não pretendem se envolver em disputas pós-eleitorais.

Trump, no entanto, esperava que a mais alta corte, que ele reorganizou profundamente durante sua administração, interviesse em seu nome. No dia seguinte às eleições, ele disse que levaria suas reivindicações à Suprema Corte.

Em 2000, a Suprema Corte interrompeu uma recontagem de votos na Flórida, onde George W. Bush venceu por apenas 537 votos sobre o democrata Al Gore, permitindo ao republicano vencer as eleições.

O Texas, governado por republicanos, apresentou outro apelo à mais alta corte do país nesta terça-feira para buscar a invalidação dos resultados eleitorais em quatro estados-chave, mas, segundo especialistas, o recurso não tem chance de prosperar.