Estudiosos da ufologia investigam a marca deixada por um suposto Objeto Voador Não Identificado (Ovni) na vegetação de um terreno, no bairro Balneário São João Batista, em Peruíbe, litoral sul do Estado de São Paulo. O pouso do objeto no local teria acontecido na madrugada de 7 de outubro, mas só foi divulgado no último dia 19 para evitar que a marca fosse pisoteada pela aglomeração de curiosos. Moradores afirmam terem visto, naquela noite, um objeto luminoso no céu. Funcionários da prefeitura fizeram o registro fotográfico do local e interditaram a área, atendendo a pedido de pesquisadores.

A marca deixada na vegetação tem cerca de 13 metros de diâmetro e o formato de um cacho de uvas. O mato alto ficou compactado no solo. “Nunca tinha visto algo igual. A vegetação foi amassada de cima para baixo, pois não há mato quebrado e foi só naquele ponto”, disse o diretor de Turismo da prefeitura, Edilson Almeida. Ele usou um drone para colher imagens. “Fomos contatados pelos pesquisadores quase 20 dias depois, justamente porque eles temiam que o local fosse pisoteado. Nesse tempo todo, a vegetação não voltou à posição anterior, como era de se esperar.” O local, segundo ele, atrai curiosos. “Nos primeiros dias, uma multidão foi ver o sinal.”

As imagens estão à disposição de pesquisadores e interessados na prefeitura. O ufólogo Suseliton de Souza Saga foi um dos primeiros a chegar ao local. “Com certeza não foi algo feito por intervenção humana. Pela forma como a vegetação ficou amassada, acredito que o objeto pousou ali em movimentos circulares.” Ele ouviu relato de um casal que teria visto um feixe de luz no terreno e, em seguida, a luz em movimento próximo da casa. Saga pesquisa eventos atribuídos a extraterrestres há mais de trinta anos e lembra que a região de Peruíbe concentra 40% dos relatos sobre o avistamento de Ovnis no Estado.

Ele informou que o novo caso deverá ser relatado e arquivado, para acesso público, no acervo sobre Ovnis do Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN), órgão vinculado ao Ministério da Justiça. O Comando da Aeronáutica (Comaer) informou que, na noite do suposto pouso, não houve qualquer registro do evento nos órgãos de controle do espaço aéreo. “Além disso, é importante esclarecer que o Comando da Aeronáutica não dispõe de estrutura especializada para realizar investigações científicas a respeito desse tipo de fenômeno aéreo, o que impede a instituição de apresentar qualquer parecer sobre esses acontecimentos”, disse em nota.

Registros

A cidade praiana realiza anualmente o Encontro Ufológico de Peruíbe – em junho último, quando acontecia a 12.a edição do evento, as redes sociais foram tomadas por imagens mostrando algo parecido com um disco-voador nos céus da cidade. Os registros acontecem desde a década de 1990. Na noite de 17 para 18 de agosto de 2009, um suposto Ovni teria pousado no Bairro São José, na zona rural, a 300 metros da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Uma moradora do bairro avistou a marca, com cerca de 14 metros por 8, e informou outras pessoas. O local passou a atrair curiosos e foi pesquisado pelo Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (Geubs). Em janeiro de 2011, o biólogo e ufólogo Paulo Aníbal relatou ter visto uma esfera alaranjada sobrevoando a Praia do Costão, antes de desaparecer por trás da Serra do Mar.

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O prefeito de Peruíbe, Luiz Maurício (PSDB), disse que as aparições de objetos voadores não identificados atraem pesquisadores e ajudam o turismo da cidade. Segundo ele, quem cuida do tema são os pesquisadores e ufólogos, mas a prefeitura dá apoio. “A pedido deles, a prefeitura isolou a área e está colaborando com as pesquisas. Fizemos o registro do local por imagens. O que está acontecendo não é de agora. Temos um encontro anual de ufólogos que, este ano, reuniu cerca de 1.200 pessoas. Nesse evento Peruíbe foi proclamada a capital brasileira dos Ovnis. Somos uma estância turística e isso é bom para o turismo”, disse.


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