Um adolescente suspeito de ter participado no planejamento do massacre de oito pessoas realizada por dois ex-alunos em uma escola estadual da cidade de Suzano, a cerca de 50 km de São Paulo, se apresentou nesta sexta-feira (15) à Justiça.

O jovem de 17 anos, ex-colega de turma de um dos assassinos, foi ao Fórum de Suzano para prestar depoimento perante a magistrada encarregada do juizado de menores, informou a secretaria de Segurança do Estado de São Paulo.

Em seguida, foi liberado.

A Polícia tinha pedido sua apreensão, ao considerar que ele colaborou no planejamento do massacre. Os autores do ataque pretendiam imitar a chacina realizada da escola de Columbine, nos Estados Unidos, onde adolescentes mataram 13 pessoas em 1999.

“Os dois autores mortos durante o ataque participaram efetivamente da execução. Esse terceiro suspeito identificado não estava naquela localidade. Ele participou, em tese, de todo o planejamento”, explicou na quinta-feira o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, durante coletiva de imprensa.

Os dois autores, ex-alunos da escola estadual Raul Brasil, Guilherme Taucci, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, planejaram o massacre pelo menos desde novembro e este terceiro suspeito teria colaborado na compra pela Internet dos artefatos usados no crime, segundo as primeiras investigações.

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Armados com um revólver calibre 38, um machado, coquetéis molotov, uma besta e um arco profissional, os assassinos entraram às 09h45 de quarta-feira na escola e mataram cinco alunos com idades de 15 a 17 anos, além de duas funcionárias do estabelecimento. Em seguida, Guilherme teria matado Luiz Henrique e se suicidado em seguida.

Antes de entrar no colégio, Guilherme já tinha ferido de morte o tio Jorge Antônio Moraes, dono de um lava jato.

Além dos oito falecidos, outras onze pessoas ficaram feridas, oito das quais ainda estão hospitalizadas.

Para entender o que motivou um massacre que reacendeu a polêmica sobre a flexibilização da posse de armas, decretada pelo presidente Jair Bolsonaro, defensor também da autorização do porte, a Justiça investiga se os assassinos agiram influenciados por alguma organização criminosa ligada a fóruns violentos da ‘deep web’, que aparentemente frequentavam.

Ataques como o da escola de Suzano não são comuns no Brasil, e o país discute se tamanha violência seria influência de imagens de ataques similares em instituições de ensino nos Estados Unidos ou à defesa ferrenha das armas, feita por Bolsonaro e pela bancada da bala no Congresso.

O pior precedente de um massacre deste tipo data de abril de 2011, quando um ex-aluno matou 12 estudantes e feriu outros 20 antes de se suicidar em uma escola pública de Realengo, zona norte do Rio de Janeiro.


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