WASHINGTON, 12 SET (ANSA) – As autoridades dos Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (12) que a inscrição “Bella Ciao” era um dos slogans gravados nas balas do rifle usado para assassinar Charlie Kirk, influenciador e aliado do presidente Donald Trump alvo de um ataque em um evento com estudantes em Utah.
Em entrevista coletiva, a polícia norte-americana detalhou que, além da frase presente na canção que virou símbolo da Resistência Italiana contra o fascismo, as cápsulas não disparadas também tinham outras inscrições, como “Pegue essa, fascista” e “Se você está lendo isso, você é gay”.
O suposto autor do crime foi identificado como Tyler Robinson, de 22 anos, preso na noite da última quinta-feira (11) em St.
George, Utah, perto do Parque Nacional de Zion, cerca de 400km a sudoeste da universidade onde ocorreu o ataque.
O jovem é estudante da Universidade Estadual de Utah e filho mais velho de um veterano do Departamento do Xerife do Condado de Washington. Parte de sua rotina era compartilhada por sua mãe, Amber Jones Robinson, nas redes sociais. Ao todo, o casal teve três filhos homens.
Segundo a imprensa norte-americana, Robinson, que em 2017 se fantasiou de Trump para o Halloween, teria sido identificado pelo próprio pai após o FBI divulgar fotos do suspeito. Na sequência, ele foi mantido em custódia pelo familiar e por um pastor até a chegada da polícia.
Na entrevista coletiva, o governador de Utah, Spencer Cox, confirmou a prisão do suposto assassino de Kirk, que o descreveu como “cheio de ódio” e responsável por espalhar ódio.
Cox explicou que um familiar contou aos investigadores que Robinson havia se tornado “mais político” nos últimos anos e lembrou de um incidente recente em que o jovem apareceu em um jantar, antes de 10 de setembro, e mencionou que não gostava de Kirk nem de suas opiniões.
O governador de Utah divulgou ainda que o colega de quarto do jovem foi interrogado e mostrou mensagens do suposto criminoso no aplicativo “Discord”. Na conta com o nome “Tyler” havia um plano detalhado, especificando que ele tinha necessidade de recuperar um rifle em um ponto de coleta, deixá-lo em um arbusto, proteger a área onde a arma foi colocada e mantê-la enrolada em uma toalha.
As mensagens também citavam a gravação de balas, uma luneta e o fato de o rifle ser “único”.
Ativista político e apoiador de Trump, Kirk era líder do Turning Point USA, uma organização que mobiliza eleitores jovens em seus eventos em universidades pelos EUA. Ele foi responsável por conquistar muitos votos para o Partido Republicano nas eleições do ano passado.
Com 31 anos, o conservador foi baleado no pescoço enquanto discursava para estudantes, sentado sob uma tenda no pátio da Universidade Utah Valley. Inicialmente, duas pessoas chegaram a ser detidas, mas foram liberadas pelas autoridades.
O FBI abriu uma investigação sobre o caso e estava à procura do atirador. O tiro, disparado de um telhado próximo, interrompeu a fala do ativista diante de centenas de estudantes. Imagens do local mostraram o pânico generalizado, com pessoas tentando deixar a área, e o atirador correndo em cima do telhado. (ANSA).