Acusado de estupro, o arquiteto e ex-BBB Felipe Prior foi condenado em primeira instância, no dia 8 de julho, a seis anos de prisão em regime semiaberto e pode recorrer em liberdade. Ao “Fantástico”, no domingo, 16, a suposta vítima detalhou o crime, que teria ocorrido na madrugada do dia 8 de agosto de 2014.

A mulher tinha 22 anos e cursava arquitetura em São Paulo quando foi vítima de Prior. Segundo ela, o conheceu por intermédio de uma colega de classe da universidade, localizada na Zona Norte, mesma região onde moravam. “Ela conversou com ele e sugeriu da gente fazer um esquema de caronas pagas, né? Já que a gente morava todo mundo perto”, explicou.

O crime teria ocorrido durante a carona. “Ele deixou primeiro a minha amiga na casa dela. E quando a gente estava indo sentido a minha casa, ele parou o carro no meio da rua. E desafivelou meu cinto, começou a me beijar. E aí ele foi pro banco de trás e me puxou”, relatou a vítima.

Ela contou que teve a roupa tirada à força por ele e, à medida que as coisas iam acontecendo, Felipe se tornava cada vez mais agressivo, mesmo com a jovem dizendo “eu não quero!”. “Eu comecei a tentar resistir fisicamente e ele começou a puxar meu cabelo. Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Começou a forçar a penetração. (…) Foi bem doloroso. Eu gritei. Começou a sair muito sangue”, detalhou. 

Segundo ela, após o crime, Prior viu o sangue e a questionou se gostaria de ir ao hospital, mas a vítima optou em ir para casa. Quando chegou, ficou “no chuveiro tentando estancar o sangue sozinha”, mas sua pressão já estava muito baixa. A jovem, então, pediu ajuda para sua mãe, que decidiu levá-la ao hospital.

No hospital, a lesão foi constatada como uma laceração de grau 1 – compatível com fricção de pênis ou introdução de outro instrumento na vagina, conforme o prontuário que o “Fantástico” teve acesso. “A médica me perguntou diversas vezes, perguntou para minha mãe o que, de fato, tinha acontecido. Que lá era um lugar seguro, que eu podia confiar nela, que era necessário falar a verdade, mas eu não quis falar”, recordou.

No dia seguinte, Prior a mandou mensagem para saber como estava. A vítima afirmou que estava machucada e informou que havia feito uma ferida. “Pedi para ele não contar para ninguém. Eu estava com medo dele falar para as outras pessoas e eu ficar marcada por essa situação. Eu não queria que as pessoas me vissem e me enxergassem e pensassem nisso.”

Apesar do tempo que passou, a vítima disse que o crime “sempre vai ser uma ferida aberta”. Agora, ela luta para que outras mulheres não passem pelo mesmo. “Eu posso ajudar as outras mulheres a terem coragem de se posicionar. Porque isso precisa parar. Isso precisa parar”, refletiu.

Vale destacar que os advogados do ex-BBB alegam inocência dele. Em nota, declararam que “no momento oportuno e através de alguns veículos, Felipe se manifestará esclarecendo os fatos distorcidos e inverídicos apresentados como resposta para os demais veículos de comunicação.”