A eventual criação de uma Superliga Europeia de futebol teria um impacto devastador nas finanças dos clubes, por seu efeito sobre os contratos de direitos audiovisuais, advertiu nesta terça-feira (16) o presidente da LaLiga espanhola, Javier Tebas.

“Nós avaliamos que as ligas nacionais perderiam 50% dos direitos audiovisuais”, disse Tebas durante visita a Bruxelas.

Lançada em 2021, a ideia de uma Superliga formada pelos principais clubes de futebol da Europa provocou um terremoto nas ligas do continente, e o caso está agora nas mãos de um tribunal comercial da Espanha.

As ligas nacionais têm uma série de contratos audiovisuais em vigor, em particular os de direitos de transmissão dos jogos, e esses acordos seriam afetados pela eventual criação da Superliga.

Em tal cenário, “não é necessário ser um estudioso em economia para saber o que pode acontecer”, afirmou Tebas, que alegou que as receitas das ligas “ruiriam”.

A LaLiga espanhola, acrescentou o dirigente, manteve em vigor a nível internacional “mais de 100 contratos”, com o mesmo número de operadores, e reorganizar esses compromissos com a Superliga sendo uma realidade seria “impossível”.

O anúncio da Superliga, em 2021, abalou os alicerces do futebol europeu, até que a Fifa e a Uefa ameaçaram eliminar de suas competições oficiais os clubes que participassem dessa iniciativa.

A Superliga, então, considerou que a ameaça era ilegal e abriu um processo em um tribunal comercial de Madri, que solicitou uma opinião à mais alta corte do continente, o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).

Em dezembro, o TJUE considerou que as regras do bloco para autorizar outros torneios eram contrárias ao direito à concorrência e, portanto, “ilegais”.

O tribunal, no entanto, advertiu que estava se pronunciando em geral sobre as regras da Fifa e da União Europeia, e não apenas sobre o “projeto específico” da Superliga. Logo, explicou que isso não significaria que a nova competição “deva ser necessariamente autorizada”.

Em meio à enorme polêmica, vários dos clubes do projeto original já desistiram do plano, embora os gigantes da Espanha Real Madrid e Barcelona ainda não tenham abandonado oficialmente a ideia.

Na Bélgica, Tebas terá reuniões para abordar medidas contra a pirataria nas transmissões de jogos de futebol pela internet.

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