O resultado das transações correntes ficou positivo em maio deste ano, em US$ 3,840 bilhões, informou na manhã desta sexta-feira, 25, o Banco Central. Este é o melhor resultado para meses de maio desde o início da série histórica do BC.

Os dados refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que desde março do ano passado tem reduzido o volume de importações de produtos. Ao mesmo tempo, o Brasil tem se aproveitado da maior demanda global por commodities. O BC projetava para o mês passado superávit de US$ 3,6 bilhões na conta corrente.

O número de maio ficou dentro do levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, que tinha intervalo de superávit de US$ 3,100 bilhões a superávit de US$ 8,100 bilhões (mediana positiva de US$ 3,800 bilhões).

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 8,129 bilhões em maio, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,646 bilhão. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 2,890 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 4,143 bilhões.

No acumulado do ano até maio, o rombo nas contas externas soma US$ 6,213 bilhões. A estimativa atual do BC é de superávit em conta corrente de US$ 3 bilhões em 2021. O cálculo foi atualizado no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicado na quinta-feira.

Nos 12 meses até maio deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 8,367 bilhões, o que representa 0,55% do Produto Interno Bruto (PIB).

Remessa de lucros e dividendos

A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 1,516 bilhão em maio, informou o Banco Central. A saída líquida é superior aos US$ 1,078 bilhão que deixaram no Brasil em igual mês do ano passado, já descontadas as entradas.

No acumulado do ano até maio, houve saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos, de US$ 5,018 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2021 some US$ 28 bilhões. Esta projeção foi atualizada no último RTI, divulgado ontem.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,373 bilhão em maio, ante US$ 1,274 bilhão em igual mês do ano passado. No acumulado do ano até maio, essas despesas alcançaram US$ 9,593 bilhões.

Viagens internacionais

O Banco Central também informou, por meio da nota de Estatísticas do Setor Externo, que a conta de viagens internacionais registra déficit de US$ 156 milhões em junho até o dia 22. O dado parcial para o mês leva em conta os efeitos da segunda onda da pandemia do novo coronavírus sobre a economia.

Com as restrições de viagens aéreas em vários países, os brasileiros gastaram no exterior apenas US$ 324 milhões em junho até o dia 22. Já os turistas em viagem ao Brasil tiveram despesas de US$ 167 milhões no período.

Dívida externa

A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em maio é de US$ 298,843 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2020 terminou com uma dívida de US$ 310,807 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 235,744 bilhões em maio, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 63,100 bilhões no fim do mês passado.