Suicídios na política brasileira são meras coincidências?

Suicídios na política brasileira são meras coincidências?

Uma vez acontece, duas é coincidência, três é…: 1) ação inimiga; 2) padrão; 3) problema; 4… A resposta original seria a primeira, do escritor Ian Fleming no “Goldfinger” – que nos cinemas consagrou o personagem James Bond, o 007 –, mas empresta-se a frase para ser completada com alguma palavra em acordo com uma ou outra situação.

No caso do assassinato de Marcelo Arruda, que comemorava aniversário em uma associação de Foz do Iguaçu, o vigilante Claudinei Coco Esquarcini teria sido o responsável pela instalação de câmeras no local e pelo envio de imagens da festa para Jorge Guaranho, aquele que atirou e matou o petista no sábado, 9 de julho. A polícia do Paraná bateu recorde, concluindo em menos de uma semana que não houve motivação política, ao contrário do que disseram oito testemunhas. Mas o Ministério Público apresentou denúncia. E um juiz acolheu. Assim, o pistoleiro, que também levou um tiro, saiu da UTI para a enfermaria do hospital nesta quarta-feira, 20, já como réu de processo por homicídio duplamente qualificado.

Mas, antes, Claudinei apareceu morto em Medianeira, a 60 quilômetros de Foz: foi no domingo, 17. Suicídio, segundo quem investigou e disse ter contado com imagens de câmeras que mostram o vigilante sozinho no local. Deprimido e sob pressão psicológica, teria se jogado de um viaduto de rodovia. Sim, acontece.

De Foz do Iguaçu para Brasília. Na terça-feira, 19, Sérgio Batista, diretor da Caixa – banco que virou foco de denúncias e escândalos em que o ex-presidente exonerado Pedro Guimarães se envolveu –, apareceu morto ao lado do edifício da estatal. Suicídio, disse a polícia, rapidamente (…) “em razão da vítima ter sido encontrada já sem vida no lado externo do prédio sede da Caixa Econômica Federal”. Mais um suicídio, segundo a polícia. Coincidência?