As autoridades suíças monitoram, nesta quinta-feira (29), o risco de enchentes em um vale do sul, após o colapso de uma geleira que destruiu uma pequena comunidade, mas descartou perigo iminente que obrigue que a população seja evacuada.
Na quarta-feira, o desprendimento da geleira do Abedul, na região suíça de Wallis, destruiu grande parte do vilarejo de Blatten, onde viviam 300 pessoas, evacuado na semana passada devido ao perigo iminente.
Um homem de 64 anos, que se acredita que estivesse na área afetada no momento do incidente, está desaparecido. As buscas foram suspensas com a chegada da noite.
Nesta quinta-feira, as autoridades temiam que uma ruptura pudesse liberar as águas do lago artificial que se formou, provocando uma inundação no vale. Horas mais tarde, o perigo iminente foi descartado.
“A informação de geólogos e especialistas tende a nos dizer que é pouco provável que ocorra um evento desse tipo”, explicou Stéphane Ganzer, chefe do departamento de segurança do cantão do Valais, onde ocorreu o desastre.
Imagens divulgadas pelo Youtube mostram uma grande quantidade de gelo e pedras descendo a montanha, que se ergue em um vale onde corre o rio Lonza e onde fica o vilarejo.
A força e a velocidade da avalanche foram tais que o deslizamento se estendeu sobre outra montanha situada no outro lado do vale.
Na quinta-feira, as autoridades declararam estado de emergência na área para monitorar a situação depois que o monte de escombros da geleira, de alguns quilômetros de extensão, bloqueou o rio Lonza.
A situação é tão instável que as autoridades descartaram, por enquanto, qualquer intervenção no local.
Como medida de precaução, 16 pessoas de dois vilarejos situados abaixo da zona afetada foram evacuadas no fim da noite de quarta-feira.
A pilha de pedra e escombros tem “cerca de 2 quilômetros ao longo do Lonza” e está criando um “lago cada vez maior”, explicou na noite de quarta-feira Raphaël Mayoraz, encarregado da gestão de riscos naturais do cantão.
Por precaução, as autoridades esvaziaram uma represa artificial para conter a água. Se a represa transbordar, será preciso evacuar o vale.
Segundo Mayoras, foram “três milhões de metros cúbicos de rochas que caíram na geleira de uma só vez, arrastando tudo” no vale.
“É muito, muito excepcional. Não temos exemplo na história, e agora tudo desmoronou”, enfatizou.
O aumento das temperaturas tem reduzido as geleiras dos Alpes e as deixado mais instáveis.
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