A Suécia, que chamou a atenção por sua estratégia de combate à COVID-19 menos rigorosa, pediu nesta quinta-feira (30) que a população permaneça em trabalho remoto pelo menos até o dia do Ano Novo, no momento em que o país nórdico ultrapassa os 80.000 casos.

A medida, cujo objetivo em boa parte é reduzir as aglomerações nos transportes públicos, visa principalmente a facilitar as tarefas para os trabalhadores essenciais.

Recentemente, as autoridades suecas constataram uma diminuição do número de casos, sobretudo os graves, que exigem cuidados intensivos.

A agência de saúde pública sueca destaca, no entanto, que, se “os contatos aumentarem de novo, há um risco considerável de maior propagação (do coronavírus) durante o outono (primavera no Brasil)”.

“Sempre tentamos estabelecer medidas sustentáveis e demonstrar resistência no trabalho a longo prazo que teremos que fazer para combater esta pandemia”, argumentou o epidemiologista-chefe, Anders Tegnell, em coletiva de imprensa.

Desde o início da crise de saúde, o país nórdico registrou 80.100 casos de COVID-19, 318 nas últimas 24 horas, o que significa um dos níveis mais altos de contágio per capita na Europa.

De acordo com as autoridades locais, 5.739 pessoas morreram por causa do coronavírus na Suécia.

Ao contrário de outros países europeus, a Suécia nunca impôs o confinamento à sua população e gerou polêmicas sobre a pertinência de sua estratégia contra o coronavírus. Manteve as escolas para menores de 16 anos abertas, assim como cafés, bares e restaurantes.

A agência de saúde pública defende esta abordagem, que considera adequada a longo prazo, e rejeita as medidas tomadas por períodos relativamente curtos em outros lugares, considerando-as muito ineficazes com relação aos efeitos que têm na sociedade.

Sobre o uso de máscaras, apenas os profissionais de saúde são solicitados a usá-las.