Sudão diz que exército destruiu avião dos Emirados com mercenários da Colômbia

A força aérea sudanesa destruiu um avião dos Emirados Árabes Unidos que transportava mercenários colombianos ao aterrissar em um aeroporto controlado por paramilitares na região de Darfur, informaram a televisão estatal e uma fonte militar nesta quarta-feira (6).

A aeronave “foi bombardeada e completamente destruída” durante o pouso no aeroporto de Nyala, em Darfur do Sul, declarou à AFP a fonte militar, sob a condição do anonimato.

Recentemente, esse aeroporto foi atacado várias vezes por bombardeios aéreos do exército sudanês, que está em guerra contra os paramilitares das Forças de Suporte Rápido (RSF) desde abril de 2023.

Até o momento, nem o exército sudanês, liderado pelo general Abdel Fatah al Burhan, nem os paramilitares, comandados por seu ex-aliado, Mohamed Daglo, e tampouco os Emirados Árabes Unidos fizeram qualquer comentário.

O exército acusa há tempos os Emirados de fornecerem armas às RSF, especialmente drones, por meio do aeroporto de Nyala. Abu Dhabi sempre negou qualquer envolvimento, apesar de vários relatos de especialistas da ONU e de organizações internacionais.

Imagens de satélite publicadas pelo Humanitarian Research Lab, da Universidade de Yale, mostram vários drones de longo alcance de fabricação chinesa estacionados no aeroporto da cidade.

Na segunda-feira, o governo sudanês acusou os Emirados de recrutar e financiar mercenários colombianos para lutar ao lado dos paramilitares, afirmando possuir documentos que comprovam isso.

Houve relatos, no final de 2024, da presença de combatentes colombianos em Darfur. Essas informações foram confirmadas por especialistas da ONU.

Nesta semana, as Forças Conjuntas – uma coalizão de grupos armados aliados ao exército em Darfur – informaram a presença de mais de 80 mercenários colombianos nas fileiras das RSF em El Fasher, capital de Darfur do Norte, última cidade deste estado ainda sob controle do exército.

Segundo a coalizão, vários desses mercenários morreram.

O exército também divulgou um vídeo no qual supostamente apareceriam “mercenários estrangeiros, presumivelmente colombianos”.

A AFP não conseguiu verificar esses vídeos de forma independente.

Esses mercenários colombianos, que são soldados reformados e ex-guerrilheiros experientes em meio século de conflito interno, participaram nos últimos anos de conflitos em Ucrânia, Haiti e Afeganistão.

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