ROMA, 18 AGO (ANSA) – A ITA, versão reestatizada da companhia aérea Alitalia, recebeu nesta quarta-feira (18) autorização para voar e para vender passagens aéreas.
A nova empresa, no entanto, precisa esperar sua predecessora remover as rotas de seu sistema de comercialização de bilhetes.
A permissão de operação aérea foi concedida pela Entidade Nacional de Aviação Civil da Itália (Enac) e abre caminho para a ITA cumprir a meta de decolar no próximo dia 15 de outubro.
“O desejo é de que a nova companhia de referência nacional contribua para a retomada do setor, ajudando a superar as dificuldades derivantes da pandemia”, comentou o presidente da Enac, Pierluigi Di Palma.
A ITA, sigla para “Italia Trasporto Aereo”, iniciará sua trajetória com uma frota de 52 aviões, quantia que será aumentada para 78 em 2022 e 105 até o fim de 2025.
O plano industrial ainda prevê entre 2,75 mil e 2,95 mil funcionários na nova empresa, com o objetivo de chegar até 5,7 mil em 2025 – a atual Alitalia tem 10,5 mil empregados.
A companhia terá como hubs os aeroportos de Fiumicino, nos arredores de Roma, e Linate, em Milão, que cobrirão inicialmente 45 destinos (podendo chegar a 74 até 2025), incluindo Nova York, Boston, Miami, Washington, Los Angeles, Tóquio, São Paulo e Buenos Aires.
Já a marca Alitalia será vendida em uma licitação pública, da qual a ITA participará por considerá-la um “elemento imprescindível” nessa nova etapa.
Crise – A Alitalia pertence oficialmente à holding Compagnia Aerea Italiana (51%) e à Etihad Airways (49%), mas está sob intervenção do governo desde maio de 2017 por causa de uma crise de liquidez que a deixou à beira da falência.
Decretos aprovados no ano passado autorizam um aporte de até 3 bilhões de euros para reestatizar a companhia aérea, que será rebatizada como ITA. A operação precisou do aval da União Europeia, que tem severas restrições a auxílios estatais para grupos privados.
A Alitalia já vem sobrevivendo desde 2017 graças a repasses do governo, situação que se agravou com a crise no setor aéreo provocada pela pandemia de Covid-19. Se não houvesse acordo com a UE, a empresa poderia ser liquidada.
Bruxelas, no entanto, ainda analisa a legalidade de empréstimos-ponte feitos pelo governo entre 2017 e 2019, totalizando 1,3 bilhão de euros, ação que pode gerar punições à Itália. (ANSA).