A Polícia Militar do Estado de São Paulo expulsou da corporação o subtenente Ivo Ferreira de Oliveira, de 50 anos, acusado de estuprar e matar a vendedora Janaína da Silva Santos, de 28, em junho de 2016, na cidade de Registro, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. Conforme portaria do Comando Geral da PM publicada no Diário Oficial, no domingo, 28, a pena de expulsão foi aplicada “pelo cometimento de atos atentatórios à Instituição, ao Estado, aos direitos humanos fundamentais e desonrosos, consubstanciando transgressão disciplinar de natureza grave”. A defesa do ex-policial ainda pode entrar com recurso.

Oliveira permanece detido no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital, mas deve ser transferido para uma unidade prisional comum.

Janaína desapareceu no dia 28 de julho, e seu corpo foi encontrado no dia 5 de agosto, em uma área de matas. Imagens de câmeras de monitoramento mostraram o carro do então policial seguindo a vítima, depois que ela deixou o trabalho, em uma loja de móveis de Registro. Uma testemunha, frentista de um posto de combustível, viu quando o condutor de um carro, depois identificado como Oliveira, abordou a jovem e insistiu para que ela entrasse no veículo.

A bolsa com objetos pessoais da vendedora foi encontrada dias depois por amigas dela, que iniciaram uma busca por conta própria, sob uma ponte, no bairro Itupamirim, na zona rural. Elas avisaram a polícia. O corpo foi localizado no bairro Mamparra, em Sete Barras, cidade onde moravam a vítima e o acusado do crime.

A Polícia Civil apurou que Janaína era amiga da ex-mulher de Oliveira e teria aceitado uma carona oferecida por ele até a cidade. Ela teria sido atacada no percurso. No carro dele, a polícia encontrou uma faca, preservativos e estimulantes sexuais. Também havia manchas de sangue na porta e no banco do passageiro. Oliveira foi denunciado pelos crimes de estupro e homicídio qualificado.

A Justiça aceitou a denúncia e deve definir a data do julgamento pelo Tribunal do Júri de Registro. O advogado do acusado, Carlos Henrique Pereira dos Santos, foi procurado por telefone e através da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Peruíbe, onde mantém sua inscrição, mas não deu retorno.