PERUGIA, 22 SET (ANSA) – A Guarda de Finanças da Itália investiga uma possível fraude no exame de idioma feito pelo atacante uruguaio Luis Suárez, atualmente no Barcelona, para obter a cidadania italiana.   

Segundo o inquérito conduzido pelo Ministério Público de Perúgia, as questões da prova foram combinadas previamente, enquanto as notas teriam sido definidas antes mesmo da realização do teste.   

Policiais da Guarda de Finanças apreenderam documentos na Universidade para Estrangeiros de Perúgia, responsável pelo exame, no âmbito de uma investigação iniciada em fevereiro para apurar supostas irregularidades nos processos de cidadania italiana envolvendo a instituição.   

Cônjuges de cidadãos italianos também têm direito à cidadania, desde que comprovem conhecimento ao menos intermediário do idioma (o equivalente ao nível B1). É o caso de Luis Suárez, que buscou a cidadania para permitir sua transferência para a Juventus, que não pode mais contratar extracomunitários nesta temporada devido às chegadas do brasileiro Arthur e do americano McKennie.   

No entanto, devido ao prazo curto para concluir a tramitação do reconhecimento da cidadania, a Juve acabou desistindo do negócio, e agora Suárez negocia com o Atlético de Madrid. O atacante fez a prova de italiano em 17 de setembro, mas, segundo o MP de Perúgia, o exame foi uma “farsa”.   

O inquérito inclui interceptações telefônicas de dirigentes da universidade. Em uma delas, um dos investigados diz que Suárez foi “bem encaminhado” e já estava “memorizando parte do exame”.   

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“Mas não conjuga os verbos, fala no infinitivo”, acrescentou.   

Já outro investigado reconhece que a prova era uma “farsa” para garantir a certificação do uruguaio. “Ele não deveria, mas vai passar, porque você não pode bloquear alguém com salário de 10 milhões de euros por temporada porque ele não tem o B1”, afirmou outro suspeito.   

O atacante ainda não se pronunciou sobre o caso, mas fontes judiciárias informaram à ANSA que ele não está entre os investigados.   

O MP de Perúgia é chefiado por Raffaele Cantone, um dos mais renomados magistrados da Itália e conhecido por seu mandato como presidente da Autoridade Nacional Anticorrupção (2014-2019).   

(ANSA).   


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