São Paulo, 2 – A StoneX revisou para baixo a projeção da safra brasileira de soja 2025/26 e agora estima produção de 177,2 milhões de toneladas, queda de 0,9% em relação ao relatório de novembro. O corte reflete principalmente perda de produtividade em Mato Grosso e Goiás, dois dos principais Estados produtores, informou a consultoria em atualização mensal divulgada na segunda-feira, 1º de dezembro . Apesar do leve aumento na área total plantada, as irregularidades nas precipitações continuam limitando o potencial produtivo, especialmente no Centro-Oeste.
De acordo com a especialista de Inteligência de Mercado da StoneX, Ana Luiza Lodi, Mato Grosso, o maior produtor de soja do País, registrou recuo na produtividade e na área semeada, em virtude de atrasos no plantio e da necessidade de replantio em algumas localidades. A expansão verificada em Estados do Norte e Nordeste não foi suficiente para compensar as perdas no Centro-Oeste, região que permanece determinante para o desempenho nacional.
A consultoria reforça que o clima continuará como fator decisivo nas próximas atualizações. A consolidação do potencial produtivo dependerá do comportamento das chuvas nos próximos meses, especialmente no trimestre dezembro-fevereiro. Uma regularização das precipitações será essencial para confirmar as expectativas da safra, segundo Ana Luiza.
Para o milho verão 2025/26, a StoneX elevou a projeção para 26,1 milhões de toneladas, alta de 1,9% ante o mês anterior. O crescimento veio do aumento de área prevista em Estados do Norte e Nordeste, onde o plantio da primeira safra costuma ocorrer mais tarde. Na produtividade, o Rio Grande do Sul se destacou pelo bom desenvolvimento das lavouras, até o momento, embora a consolidação desse cenário ainda dependa de chuvas ao longo de dezembro.
A primeira safra de milho tem peso menor que a safrinha, ou segunda safra, mas sua importância para o abastecimento interno no primeiro semestre continua elevada, especialmente em anos de maior volatilidade climática. A StoneX destaca que o desempenho dessa etapa será fundamental para equilibrar a oferta doméstica enquanto a safrinha ainda não está disponível.
Na segunda safra, a consultoria reduziu a projeção para 105,8 milhões de toneladas, recuo de 1,1% em relação a novembro. Persistem preocupações com os atrasos no ciclo da soja, que podem comprometer o início do plantio do milho safrinha. A instalação mais tardia aumenta o risco climático e reduz a janela ideal de desenvolvimento da cultura.
Considerando as três safras de milho, incluindo a terceira estimada em 2,5 milhões de toneladas, a produção total do ciclo 2025/26 soma 134,4 milhões de toneladas, volume 0,6% inferior ao divulgado em novembro. O comportamento climático seguirá central para a definição do potencial produtivo do cereal nos próximos meses, segundo a StoneX.