STF vota por manter Bolsonaro preso após ‘tentativa de fuga’

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta segunda-feira (24) manter preso o ex-presidente Jair Bolsonaro, transferido para a prisão no sábado após danificar a tornozeleira eletrônica que monitorava sua prisão domiciliar.

A confirmação da prisão de Bolsonaro será oficializada às 20h00, quando terminar a sessão do Supremo em que o caso está sendo deliberado.

Bolsonaro foi condenado em setembro a 27 anos de prisão por uma tentativa de golpe de Estado contra Luiz Inácio Lula da Silva depois de perder as eleições presidenciais de 2022.

O líder da direita, de 70 anos, cumpria prisão domiciliar preventiva desde agosto em sua casa em Brasília, à espera de esgotar os recursos contra a sentença apresentados por sua defesa. O prazo para apelar termina nesta segunda-feira.

Bolsonaro “violou dolosa e conscientemente o equipamento de monitoramento eletrônico”, argumentou nesta segunda-feira o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, que ordenou a transferência do ex-presidente para a prisão, segundo um documento divulgado durante a sessão virtual extraordinária.

Os outros três ministro da Primeira turma do STF ratificaram a decisão de Moraes.

O ministro relator reiterou nesta segunda-feira que sua decisão respondeu aos “gravíssimos indícios da eventual tentativa de fuga”, segundo ele, programada para a tarde de sábado durante uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (RJ-PL), filho do ex-presidente, em frente à sua residência.

Moraes lembrou ainda que a embaixada dos Estados Unidos fica perto do bairro e que Bolsonaro é aliado político do presidente Donald Trump.

Na madrugada de sábado, o sistema de vigilância penitenciária detectou danos na tornozeleira.

Um vídeo da inspeção mostra Bolsonaro admitindo a uma funcionária que usou “um ferro de solda” para tentar abrir o aparelho por “curiosidade”.

Durante uma audiência de custódia realizada no domingo, Bolsonaro alegou que sofreu um momento de “paranoia” devido a medicamentos e que teve “alucinações” de que havia dispositivos de escuta na tornozeleira.

Seus advogados solicitaram que ele retornasse à prisão domiciliar por seu “quadro de confusão mental”, com o argumento de que o ex-presidente sofria efeitos colaterais de remédios que toma para aliviar crises de soluço derivadas das sequelas da facada que recebeu em 2018.

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