O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, ex-advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu condenar Aécio Costa Pereira, de 51 anos, durante o  julgamento dos primeiros quatro réus pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

O magistrado acompanhou o voto do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, que na quarta-feira (13) propôs a condenação de Costa Pereira por crimes como golpe de Estado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado.

O réu está preso em Brasília e é acusado de invadir e depredar o Congresso Nacional ao lado de outros bolsonaristas que defendiam a instauração de um governo militar para derrubar Lula.

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“O terraplanismo e o negacionismo obscuro de algumas pessoas fazem parecer que, no dia 8 de janeiro, tivemos um domingo no parque. As pessoas vieram, entraram numa fila e ‘agora vamos invadir o Supremo, quebrar uma coisinha, orar na cadeira do presidente do Senado'”, afirmou Moraes ao defender seu voto.

“Não existe liberdade de manifestação para atentar contra a democracia, pedir ato institucional número cinco, volta da tortura, morte dos inimigos políticos, dos comunistas, intervenção militar. Isso é crime”, acrescentou.

Em seu voto, Moraes também apresentou o conceito de crimes multitudinários, cometidos por um grupo e sem necessidade de descrição da participação individual de cada réu: “A turba criminosa destruiu o patrimônio”.

Já o ministro Kassio Nunes Marques, indicado ao STF por Jair Bolsonaro, abriu divergência e votou pela condenação do réu a dois anos e meio de prisão, apenas por dano qualificado e deterioração do patrimônio público.

Para Nunes Marques, não há elementos suficientes para enquadrar o acusado nos demais crimes. (ANSA).