A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar, nesta terça-feira, dia 9, os seis réus do chamado núcleo 2 da trama golpista. Os ministros vão analisar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o grupo que era formado por pessoas que tinham cargos importantes no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e que coordenaram ações para a tentativa de golpe em 2022.
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Fazem parte do núcleo 2: Fernando de Sousa Oliveira, delegado da Polícia Federal e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal; Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor do ex-presidente; Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do ex-presidente; Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres; Mário Fernandes, general da reserva e ex-secretário-geral da Presidência; Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal.
A PGR atribuiu ao grupo cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; organização criminosa; dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Ainda de acordo com a PGR, o grupo foi responsável por gerenciar as principais ações da organização criminosa como o uso das forças policiais para manter Bolsonaro no poder; coordenação de ações de monitoramento de autoridades; interlocução com lideranças dos atos de 8 de janeiro de 2023; e a elaboração da minuta do golpe.
Uma das tentativas dos golpistas, segundo a PGR, teria sido usar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para atrapalhar o funcionamento das eleições e impedir eleitores contrários ao então presidente de votarem. Eles também teriam participado da elaboração de um decreto golpista e de um plano para matar autoridades. Se eles forem absolvidos pelo STF, o processo será arquivado. Se eles forem condenados, cada um receberá pena proporcional à participação nos crimes.