STF inicia hoje julgamento de denúncia contra Eduardo Bolsonaro por atuação nos EUA

Os ministros da Primeira Turma irão decidir se acolhem ou não a denúncia da Procuradoria-Geral da República

Eduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) Foto: REUTERS/Jessica Koscielniak

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal inicia nesta sexta-feira, 14, o julgamento da denúncia contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelo crime de coação no curso do processo que condenou seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O parlamentar está nos Estados Unidos desde fevereiro de 2025.

Nesta fase do processo, os ministros decidem se acolhem ou não a denúncia formalizada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e, em caso positivo, o parlamentar se tornará réu na corte.

Se isso ocorrer, ainda deverá ser realizada uma instrução processual, na qual acusação e defesa terão oportunidade de apresentar provas e inquirir testemunhas; só depois é que Eduardo será efetivamente julgado pelas acusações e poderá ser condenado ou absolvido pelos magistrados.

O que será julgado

Conforme a PGR, Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo Filho atuaram nos Estados Unidos com o objetivo de impedir o avanço do processo pelo qual o ex-presidente e outros sete réus foram condenados no STF por tramar uma ruptura institucional após as eleições de 2022.

Os denunciados “ameaçavam as autoridades judiciárias e de outros Poderes com a promessa de que conseguiriam de autoridades norte-americanas sanções dispostas para dificultar e arruinar suas vidas civis, mesmo no Brasil, se o processo criminal não tivesse o fim que desejavam ou se a anistia – extensiva necessária e prioritariamente a Jair Bolsonaro – não fosse pautada e conseguida no Congresso Nacional”, escreveu o procurador-geral, Paulo Gonet.

O que Eduardo e Figueiredo fizeram

O parlamentar se mudou para os EUA em março com o objetivo declarado de atuar junto ao aliado por reações do governo Donald Trump ao STF, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos contra seu pai.

Desde então, a Casa Branca lançou, como resposta à “caça às bruxas” promovida pelo Judiciário brasileiro, sanções que incluíram revogações de vistos de autoridades, a imposição de tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros e o enquadramento de Moraes e sua esposa na Lei Magnitsky. Nas últimas semanas, o presidente Lula (PT) conversou e se reuniu com o mandatário americano com o objetivo de reverter as sanções.

O que diz a defesa

Neste caso, como Eduardo não constituiu advogado, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, ordenou que a DPU (Defensoria-Pública da União) fizesse a defesa do denunciado.

Na sexta-feira, 31, a DPU pediu a rejeição da denúncia, argumentando que o deputado não é autor das sanções e que suas manifestações são “exercício legítimo da liberdade de expressão e do mandato parlamentar”.

*Com informações de Agência Brasil