O STF vai decidir se o senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) será ou não investigado por fazer apologia à violência policial. O caso tramita em segredo de Justiça na Corte.
A pedido do Ministério Público Federal, que citou o foro privilegiado do senador, a Justiça Federal de São Paulo remeteu ao Supremo uma notícia de fato protocolada por um cidadão contra Seif em dezembro, em razão das declarações de apoio do bolsonarista ao policial militar que arremessou um entregador de uma passarela na capital paulista (imagem abaixo). O caso ocorreu no início de dezembro e o PM foi indiciado por tentativa de homicídio.
“O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego. Deveriam ter jogado do penhasco”, escreveu o senador no Twitter em 4 de dezembro, ao manifestar “apoio incondicional” à PM de São Paulo e ao secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite. Jorge Seif apagou a publicação depois.
Em 9 de dezembro, Seif deu declarações no plenário do Senado reconhecendo que havia divulgado informações falsas sobre a vítima. “Eu fiz uma manifestação nas minhas redes sociais até dura, agressiva e, ao final, descobrimos que na verdade o rapaz era um entregador de aplicativo”, disse o senador, que repudiou “excessos, abusos de poder e agressões contra a sociedade, especialmente desarmada”.
Segundo o MPF, a notícia de fato contra Jorge Seif foi aberta para apurar possível delito de apologia a crime ou criminoso, cuja pena é de três a seis meses de detenção ou multa.
O caso enviado pela Justiça Federal chegou ao STF nesta terça-feira, 21. Ainda não foi designado um relator para ele.