O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta terça-feira (19) denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro contra a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, em investigação no âmbito da operação ‘Lava Jato’.

Uma condenação de Hoffmann, de 52 anos, representaria um novo e duro golpe para o PT, depois da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), que desde abril cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

As denúncias de corrupção são passíveis de penas de 2 a 12 anos de prisão e as de lavagem de dinheiro, de 3 a dez anos, mas se for considerada culpada, a legisladora não poderia ser imediatamente detida por beneficiar de foro privilegiado e por dispor da possibilidade de apresentar recursos.

A sentença contra Hoffmann, que preside o PT desde junho de 2017, deve ser proferida por um colegiado de cinco magistrados dos onze que compõem o STF.

Em nota, Gleisi – que foi ministra da Casa Civil da presidente Dilma Rousseff (destituída em 2016) – disse que recebeu com “serenidade” o julgamento e afirmou ter sido “injustamente denunciada, sem nenhuma prova ou indício de crime”.

A Procuradoria Geral da República acusa Gleisi e Paulo Bernardo – ex-ministro do Planejamento de Lula e das Comunicações de Dilma – de terem recebido um milhão de reais em 2010, procedentes de recursos desviados de contratos da Petrobras, para financiar a campanha eleitoral dela.

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Em seu pedido de condenação em novembro do ano passado, a procuradora-geral, Raquel Dodge, também pediu que o casal fosse condenado a pagar indenização de 4 milhões de reais pelo desvio de recursos da estatal.

Hoffmann e Paulo Bernardo foram delatados pelo doleiro Alberto Youssef, envolvido no esquema investigado pela ‘Lava Jato’, relacionado com uma rede de propinas pagas por grandes empreiteiras a partidos e políticos para obter contratos com a Petrobras.

Mas o advogado de Gleisi Hoffman, Rodrigo Bittencourt Mudrovitsch, disse em sua alegação que a “ação penal é sustentada por palavras confusas e contraditórias” dos delatores, cujos depoimentos podem ser “facilmente desmentidos”.

Lula, de 72 anos, foi condenado em abril a 12 anos e um mês de prisão como beneficiário de um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, entregue pela construtora OAS em troca de contratos com a petroleira.

O fundador do PT se declara inocente e denuncia uma perseguição judicial para impedir sua volta ao poder nas eleições de outubro, nas quais as pesquisas o apontam como favorito.


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