SÃO PAULO, 29 ABR (ANSA) – Após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta terça-feira (28) a abertura de um inquérito para investigar se o ministro da Educação, Abraham Weintraub, cometeu crime de racismo em um post que ocasionou uma crise diplomática com a China.
No início de abril, Weintraub publicou em sua conta pessoal no Twitter uma capa do gibi da Turma da Mônica, em que aparece a bandeira da China e a sua famosa Muralha e escreveu, como o personagem Cebolinha, uma mensagem em que troca a letra R pelo L.
“Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PedeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, postou. A publicação foi apagada horas depois.
Na oportunidade, a Embaixada do país asiático no Brasil emitiu uma nota oficial repudiando a mensagem escrita por Weintraub. Na abertura do inquérito, o Ministério Público Federal disse no pedido que a mensagem do ministro da Educação “configura, em tese, a infração penal prevista no artigo 20 da Lei 7.717/1989, que define os crimes resultados de preconceito”.
O ministro Celso de Mello, do STF, que determinou a abertura do inquérito, informou que o caso não deverá correr sob sigilo.
Essa foi a segunda vez que uma pessoa próxima ao governo de Jair Bolsonaro causa uma crise com a China por causa da pandemia. Em 18 de março, o deputado federal Carlos Bolsonaro, filho do presidente, acusou o governo chinês de ocultar informações sobre a propagação do vírus. Pouco tempo depois, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, agravou a situação ao dizer que o deputado não representava o governo.(ANSA)