O físico britânico Stephen Hawking, que morreu nesta quarta-feira aos 76 anos, era o cientista mais popular desde Albert Einstein e um gênio que desvendou segredos do universo enquanto lutava contra uma terrível doença.

Hawking tinha o status de um astro do rock e sua vida foi retratada no filme “A Teoria de Tudo”, de 2014, que deu o Oscar de melhor ator a Eddie Redmayne.

Hawking nasceu em 8 de janeiro de 1942 em Oxford, na Inglaterra, 300 anos após a morte de Galileu. Aos 8 anos se mudou para St. Albans, cidade localizada a cerca de 30 km de Londres.

Estudou na University College, de Oxford. Pretendia se dedicar à Matemática, mas como esta não integrava a grade da universidade, escolheu a Física e se graduou em 1962.

Em 1965 recebeu sua primeira premiação, na licenciatura em Ciências Naturais.

Emigrou de Oxford para Cambridge visando a Cosmologia, onde se tornou doutor na área.

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Foi professor de Matemática em Cambridge, professor lucasiano emérito – mesma posição ocupada por cientistas como Charles Babbage, Isaac Newton e Paul Dirac, e dirigiu o departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica da mesma universidade.

Em 1974 se tornou um dos mais jovens membros da Royal Society, com apenas 32 anos.

Suas principais áreas de especialidade eram cosmologia teórica e gravidade quântica.

“Meu objetivo é simples. Entender completamente o Universo, por que é, como é, e simplesmente seu motivo de existir”.

Muitos de seus trabalhos se concentraram em alinhar a relatividade à teoria quântica para explicar a criação e o funcionamento do Universo.

Hawking testou as teorias de Newton em 2007, quando aos 65 anos realizou um voo em gravidade zero nos Estados Unidos, e esperava fazer um voo suborbital.

“Penso que a raça humana não tem futuro senão no espaço”. “Acredito que a vida na Terra está diante de um risco cada vez maior de ser destruída por um desastre, como uma guerra nuclear repentina, um vírus geneticamente criado ou outros perigos”.

Hawking também foi o autor de 14 livros, como “O universo em uma casca de noz” e “Uma nova história do tempo”.

Aos 21 anos foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença que acaba com os neurônios motores, as células nervosas responsáveis pelos movimentos do corpo, perdendo progressivamente sua capacidade de se mover, falar, engolir e até respirar.

Hawking acabou confinado a uma cadeira de rodas e dependente de um sistema de voz computadorizado para se comunicar, mas derrubou todos os prognósticos médicos sobre sua expectativa de vida.

“Tratei de levar a vida mais normal possível e de não pensar na minha doença ou lamentar as coisas que não posso fazer, que não são tantas”, escreveu certa vez.


O gênio se casou em 1965 com Jane Hawking, com quem teve seus três filhos, separando-se em 1991. Quatro anos depois se casou com a enfermeira Elaine Mason, de quem se divorciou em 2006.

Certa vez disse que o único enigma que não conseguiu desvendar foram “as mulheres”. “Um mistério total”.

O astrofísico prosseguiu trabalhando até o fim, sem perder sua curiosidade e sua humildade diante dos mistérios da ciência.

“Parece que acabo de perder 100 dólares”, admitiu em 2012 após a descoberta do bóson de Higgs, a partícula proposta Peter Higgs e considerada como o Santo Graal da cosmologia.


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