O status legal das colinas de Golã permanece inalterado para as Nações Unidas após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer a “soberania” de Israel neste território do Oriente Médio, declarou nesta segunda-feira o porta-voz da ONU Stephane Dujarric.

“Para o secretário-geral (António Guterres), está claro que o status de Golã não mudou. A política da ONU em relação à Golã procede das resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança e esta política, novamente, não mudou”, disse Dujarric durante entrevista coletiva.

As consultas do Conselho de Segurança da ONU sobre a Força das Nações Unidas de Observação da Separação (FNUOS) – a missão da ONU de manutenção da paz nas colinas de Golã – ocorrerão nesta quarta-feira, em Nova York.

Nesta terça-feira, uma reunião pública mensal do Conselho sobre o Oriente Médio também permitirá a seus membros debater a decisão de Trump.

Durante as consultas de quarta-feira, será “interessante” escutar a posição dos Estados Unidos sobre o futuro da FNUOS, cujo mandato expira no final de junho, declarou um diplomata, para quem a manutenção da missão pode se tornar incompatível com a nova política.

Com um custo anual de 60 milhões de dólares, a FNUOS emprega mil capacetes azuis e é a responsável, desde 1974, pelo controle da zona desmilitarizada nas colinas de Golã.

Na ONU, a resolução que renova regularmente o mandato da FNUOS tem a particularidade (única para operações de paz) de ser redigida a cada ano por Estados Unidos e Rússia.

Israel conquistou grande parte das colinas de Golã da Síria durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, antes de anexá-la, em 1981, algo não reconhecido internacionalmente.

A decisão de Trump recebeu fortes críticas, de muitos países, e a Síria voltou a denunciar, nesta segunda-feira, um “ataque flagrante” à sua soberania.

As colinas de Golã, um território considerado estratégico, dominam a Galileia e o Mar da Galileia na parte controlada por Israel.