A State Grid está analisando novas oportunidades no setor elétrico no Brasil. Depois de conquistar algumas importantes linhas de transmissão, que escoarão energia das usinas de Belo Monte e Teles Pires, a companhia pareceu mais tímida no leilão desta quarta-feira, conseguindo dois lotes, que somaram pouco menos de R$ 400 milhões de receita anual à empresa, em dois empreendimentos em Mato Grosso. Questionado se a companhia estaria “guardando dinheiro” para alguma aquisição, potencialmente da Abengoa, o vice-presidente da State Grid, Ramon Haddad, disse que “a empresa está prospectando negócios”, e “de olho em todos os negócios disponíveis na área”.

A companhia já havia confirmado oficialmente o interesse nos ativos da espanhola Abengoa, que está em recuperação judicial na Espanha e busca um comprador para suas concessões. Haddad disse que a operação está “sob análise” e ainda não há uma definição sobre o assunto. No mercado, comenta-se que as concessões das Abengoa trabalham com margens muito apertadas, por isso, eram vistas com reticências por investidores. Mas o executivo destacou que haveria sinergias com o projetos da chinesa.

“Não sabemos qual o caminho vamos seguir, tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo”, disse, indicando outros projetos que a State Grid está implementando. Ainda assim, ele disse que a decisão “será o mais rápido possível” e comentou que vários formatos de compra estão sendo avaliados, seja dos lotes em construção, das concessões em operação e do pacote completo.

Haddad também sinalizou que a State Grid quer entrar no segmento de distribuição. De acordo com ele, a companhia está aguardando a divulgação do edital para a privatização da Celg-D. “Mas não só a Celg, a Celg é uma, na distribuição também aparecerão outros negócios”, disse. Questionado se efetivamente a companhia teria interesse na Eletropaulo e na CPFL, como foi veiculado na imprensa, o executivo comentou que há muitas conversas no mercado sobre ativos a venda e afirmou que “se tiver alguma coisa estiver sendo ofertada, vamos avaliar”.

Haddad acrescentou, ainda, que ativos de grandes usinas e de energia renováveis também estão no radar da companhia.