Em tempos de pandemia, a aplicação da tecnologia 4.0 nos processos e fluxos hospitalares se tornaria algo fundamental. Nesse contexto, a health tech Mudita.CARE, especializada em experiência do paciente, com sede em hub de inovação do Hospital das Clínicas de São Paulo, criou um sistema para mitigar os riscos dos processos e fluxos de pacientes em hospitais e clínicas de saúde em épocas de Covid-19.

Tratam-se de Dispositivos IoT (Internet das Coisas) de localização em tempo real do paciente – com tecnologia BLE (Bluetooth Low Energy) – que ao tornar mais preciso o monitoramento de pacientes dentro de um hospital ou clínica, efetivamente auxiliam na contenção de riscos de contaminação pelo novo coronavírus. Na prática, os pacientes que derem entrada no hospital receberão o dispositivo que funciona como uma espécie de GPS de pacientes. “O uso desta tecnologia permitirá saber a localização em tempo real e de forma precisa dos pacientes da instituição”, diz Fabio Pitorri, fundador e CEO da Mudita.CARE. “Através desta possibilidade, podemos tanto criar ações que monitorem e respondam a situações que elevem o risco do paciente como estudar de forma profunda o processo de atendimento para que seu desenho seja otimizado e melhore, de forma preventiva, questões que poderiam levar à situações de risco.”

O monitoramento em tempo real ajuda a identificar situações como: número de pacientes maior que o indicado em um ambiente; o tempo de permanência na instituição maior que o recomendado; se algum paciente está em áreas de circulação proibida; ou ainda se os fluxos de distanciamento e alas de pacientes infectados ou com suspeita de contaminação pelo vírus com os demais pacientes está sendo respeitada.

Através do registro preciso de tempos e movimentos de um paciente, o dispositivo cria uma rastreabilidade confiável, apontando todos os outros pacientes com os quais ele teve contato durante a sua permanência na instituição e possibilita, por exemplo, criar alertas para diagnóstico futuro em pessoas com os quais um paciente com infecção eventualmente teve contato. “Esse sistema impacta profundamente os fluxos já existentes. Informações em quantidade, qualidade e disponibilidade são as palavras chave aqui – e na saúde não existe margens para suposições ou falhas”, reforça Fabio Pitorri.

O sistema começou a ser implantado em setembro no Hospital Santa Maria de Ananindeua (HSMA), na região metropolitana de Belém. O Pará é o estado que contabiliza 214.376 casos de Covid e 6.344 mortes (até 13 de setembro). Ananindeua, município paraense com 500 mil habitantes, é uma das cidades com piores estatísticas de contaminação em nível mundial e um dos piores IDHs do Brasil.