SÃO PAULO (Reuters) – A startup espanhola de gestão de recursos humanos Factorial anunciou nesta terça-feira que recebeu um aporte de 120 milhões de dólares liderado pelo fundo europeu de venture capital Atomico, e deve ter o Brasil como principal destino dos recursos.

O aporte avaliou a Factorial em 1 bilhão de dólares, o que a torna um unicórnio, jargão do mercado para classificar empresas nascentes baseadas em tecnologia e que atingem esse valor de mercado. Participaram da rodada os fundos de capital de risco GIC, Tiger Global, CRV, K-Fund e Creandum.

O anúncio vem num momento de forte desaceleração de novos investimentos de grandes fundos globais de venture capital, à medida que os juros crescentes em várias geografias do mundo para conter a inflação tem diminuído o apetite por negócios baseados em crescimento acelerado.

No caso da Factorial, o presidente e cofundador, Jordi Romero, diz que o aporte reflete em parte as consequências da pandemia, com o advento do trabalho remoto e a disputa mais acirrada por algumas categorias de profissionais exigindo das empresas ferramentas mais avançadas de gestão de pessoas.

Criada em 2016 em Barcelona, a Factorial vende serviços de automatização de processos como recrutamento, folha de pagamento e gestão de produtividade para empresas com em média 100 a 200 empregados. Ela mesma tem um time de 800 funcionários.

“Nosso serviço permite que empresas menores tenham ferramentas de gestão de pessoas parecidas com as usadas por grandes corporações, o que pode ajudá-las tanto a ganhar produtividade, mas também entender melhor como reter talentos”, disse Romero à Reuters.

A empresa inaugurou recentemente um escritório em São Paulo para coordenar as operações do Brasil, que responde por cerca de 10% de sua carteira global de 7.000 clientes.

Romero prevê quintuplicar o tamanho da operação brasileira no próximo ano, que, segundo ele, vai se tornar a mais importante do grupo.

A companhia também tem unidades nos Estados Unidos, México, Reino Unido, Alemanha, Portugal, França e Itália.

(Por Aluísio Alves)

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