A paralisação parcial do governo americano, que durou mais de um mês, tirou 11 bilhões de dólares do PIB dos Estados Unidos, quase o dobro do que o presidente Donald Trump precisava para construir o muro na fronteira com o México, segundo um relatório divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Departamento de Orçamento do Congresso (CBO).

O informe indica, no entanto, que grande parte dessa quantia será compensada com a reativação das operações do governo e que as perdas serão de apenas US$ 3 bilhões, equivalentes a 0,02% do PIB, no balanço final.

O CBO advertiu, no entanto, que há efeitos subjacentes para empresas e trabalhadores que são muito mais significativos.

“Entre as pessoas que experimentam os efeitos mais amplos e mais diretos estão os trabalhadores federais que enfrentam compensações com atraso e as entidades do setor privado que perderam negócios”, destaca o documento, segundo a qual algumas dessas companhias nunca vão recuperar esta receita.

A paralisação orçamentária, a mais longa da história dos Estados Unidos, afetou 800.000 funcionários públicos, que tiveram que trabalhar sem salário ou tiraram licenças sem vencimentos.

Enquanto isso, os terceirizados do Governo, entre eles os que trabalham por horas, possivelmente não serão indenizados pelo dinheiro perdido.

Segundo o informe, o crescimento nos próximos trimestres terá uma pequena retomada temporária e compensará as perdas do último trimestre de 2018 e o começo de 2019.

Após uma queda de braço com a oposição democrata, o presidente Donald Trump aceitou na sexta-feira acabar com a paralisação parcial do governo, que se mantinha desde 22 de dezembro por sua negativa de assinar o orçamento se o mesmo não incluísse os 5,7 bilhões de dólares necessários para construir um muro na fronteira com o México, uma de suas promessas de campanha.

O acordo de sexta-feira não afasta totalmente o fantasma da crise, pois só dá recursos ao governo até 15 de fevereiro.