A ossada de uma baleia que foi encontrada em uma praia da Barra do Una, no litoral sul de São Paulo, na última sexta-feira (21), desapareceu misteriosamente menos de 24 horas depois. As informações foram divulgadas pelo UOL.

Segundo populares que avistaram e fotografaram o esqueleto de 4 metros de comprimento, a equipe do Instituto Biopesca foi impedida de chegar ao local por conta da ventania e das chuvas provocadas pela passagem de um ciclone extratropical.

No dia seguinte, a equipe entrou em contato com gestores da estação ecológica para combinar a visita, porém, foram informados de que o esqueleto havia sumido do local, restando apenas duas vértebras e alguns ossos menores.

Biólogos e veterinários do instituto se preparam para verificar pessoalmente o que ocorreu no local, que é considerado de difícil acesso. A averiguação deve acontecer entre terça e quarta-feira desta semana, dependendo das condições climáticas.

Rodrigo Valle, coordenador geral do Instituto Biopesca, falou ao UOL sobre o episódio: “Estamos trabalhando com algumas hipóteses para o que aconteceu”.

“A primeira é que a ossada pode ter sido parcialmente enterrada novamente, por conta do movimento da maré. A segunda, de que os ossos possam ter sido arrastados um a um para o mar, já que o esqueleto deveria já estar há um bom tempo ali e não possuía cartilagem ou tecido conectando esses ossos”, continuou Rodrigo.

O coordenador também fala de uma terceira hipótese, que seria de populares e turistas terem levado parte dos ossos embora.

Além do desaparecimento, o Instituto irá investigar as razões da ossada ter sido encontrada naquele ponto. Por enquanto, os técnicos avaliam que ela seja composta por restos de uma baleia que chegou à praia já sem vida, encalhando numa área próxima.

Esse encalhe teria ocorrido em 2018 e, em decorrência da sua localização, não foi possível enterrá-la. “A maré pode ter levado a carcaça e tê-la depositado no local em que a ossada foi encontrada”, afirma Rodrigo. “Infelizmente, a ausência de material impossibilita a obtenção de informações a respeito do animal, como a espécie, por exemplo”, finalizou.

O encalhe de baleias pelo litoral de São Paulo não é um evento raro, principalmente da espécie jubarte. Todos os anos, elas costumam deixar as águas mais frias, o Sul, para enfrentar uma longa jornada em busca de águas mais quentes, no Nordeste, onde acasalam e se reproduzem.